O Millôr Fernandes "matou a pau", quando afirmou: "Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem”.
Vem outro arremate (não sei de quem) e diz: "Se de perto ninguém é normal, imaginem de muito perto."
Eis o quero dizer com essas tiradas: as nossas admirações no campo das artes nos parecem ser de caráteres sem jaça, sem nódoas. Intocáveis, acrescento.
Só que tem o seguinte: por maior que seja a obra do artista, isso não o absolve dos pecados humanos, dos seus erros.
Creio que me fiz entender. Se não, paciência.
Por que estas maquinações estão a mexer com os meus neurônios?
Tem aquela sentença, segundo a qual mesmo os gênios dizem e fazem besteiras.
Assisti um filme na Netflix, em que um homem e uma mulher travam um diálogo.
O homem diz, desanimado, que "a inteligência é um empecilho."
A mulher afirma: "O que conta não é a inteligência e, sim, o coração”.
O homem vai mais adiante, assegurando o seguinte: "Muitos escritores eram burros."
E continuou: "Dostoievsky vendeu o casaco da mulher para jogar. Achou que ganharia. Só que não entendia de probalidades.
Tolstoi proibiu camponeses de serem vacinados.
Louis Ferdinand Céline fugiu para a Alemanha com o último nazista lunático.
Hemingway achava que era boxeador. Todos burros.
Sem contar os filósofos.
Pior: Heideger era nazista. Sartre virou stalinista. Ao final, elogiava Pol Pot. Althuser estrangulou a esposa.
Foram tão idiotas quanto os políticos.
Embaraçoso ouvir isso sobre gênios da raça.
Que bafo!
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