A gente escreve para, entre outras coisas, tirar as pichelingas da cabeça. Ou seria por obrigação?
Não é para dizer tudo que a humanidade precisa saber. Imagina.
Empilhamos palavras e frases e esbarramos na angústia do cotidiano e na conformação em sobreviver. Como se sobreviver bastasse.
Por que se repete a ladainha "os tempos estão difíceis?" Quando foi que os tempos não foram difíceis?
As pessoas, quase sempre, viveram em conflitos. A filha da empregada acaba de fugir com o palhaço de um circo da periferia e a bronca está no Mundo. A menina é "de menor".
Parece que o estado natural do homem é de viver sempre em conflito.
Nos "tempos difíceis" atuais, tem a ditadura da mesmice, da imbecilização, mistura de cinismo e vulgaridade.
Uma dose do individualismo generalizado dá para mostrar que o contigente comprometido com a alegria é muito pequeno.
Se os poderes têm liberdade para usurpar outros poderes, diga-se que os lobos vão acabar com a família dos cordeiros.
Por que tanta coisa fora do eixo para consumir nossa beleza? Hein?
E nisso que dá, quando a gente escreve se metendo com a realidade.
Corremos o risco de perder a pista do que procuramos
Bem feito.
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