Duplas de ataque já fizeram sucesso

O hibridismo introduzido nos sistemas de jogo extinguiram e criaram novas funções para os jogadores ao longo do tempo.

Na época em que o jogo era mais ofensivo, já existiam, fora dele, fazendo muito sucesso, as duplas sertanejas como Palmeira e Biá, Cascatinha e Inhanha, Duo Ciriema, Tonico e Tinoco e uma imensa fauna de canoros da roça.

Mas, foi um período no futebol, onde pontificaram duplas que ficaram na memória do torcedor brasileiro, jogando bola e não cantando guarânias melosas.

A mais notável delas, claro, formada no Santos por dois notáveis goleadores: Coutinho e Pelé, cujo entendimento, dizem, se dava pelos olhares trocados.

Tostão, a quem recorro em alguns momentos, afirmou em uma de suas crônicas que, de fato, pelo olhar de Pelé, dava para perceber o que ele queria numa jogada.

No meu Flamengo, se destacava a dupla Henrique e Dida, goleadores por excelência e que defenderam a seleção brasileira.

Nei e Silva, quando do início do dois no Corinthians, Washington e Assis, o famoso casal 20 do Fluminense, Romário e Bebeto na seleção brasileira e outras duplas que infernizaram defesas adversárias.

Na área internacional, Di Stefano e Puskas, no Real Madrid, encantaram o mundo.

No futebol cearense, década de 60, ficou famosa a dupla Ivan Carioca e Gildo.

Ivan Carioca declarava que seu maior prazer, mais do que assinalar o gol, era preparar jogadas para o maior ídolo do Ceará colocar nas redes.

Em função da rivalidade Ceará-Fortaleza, chegou-se a pregar que Gildo e Mozart, os monstros sagrados da década de 60 no futebol cearense, não fariam uma grande dupla de atacantes, o que foi desmentido pelo que os dois jogaram juntos na seleção cearense.

Depois, os senhores sabem o que aconteceu: os sistemas de jogo povoaram o meio campo, os extremas especialistas saíram de moda, as duplas foram desfeitas e o centroavante passou a chorar de solidão.

Mas, as duplas podem estar de volta, com Luciano-Brener, no São Paulo, Gabigol (ou Pedro)-Bruno Henrique, no Flamengo e Deivid-Wellington Paulista, no Fortaleza.

Falta o Ceará se manifestar.



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