Acostumado a ganhar títulos a granel como goleiro do São Paulo, Rogério Ceni imaginou igual sucesso como treinador.
Não foi feliz na primeira experiência no time que o projetou, até que surgiu um convite para dirigir o Fortaleza.
No tricolor, só faltou atuar no gol e se tornou uma espécie de “dono da casa”, ao interferir, de maneira positiva, em todos os setores do clube.
Ganhou os títulos no Estadual, série B e Copa do Nordeste. Resolveu que, para conquistas de maior expressão, precisava dirigir um grande time.
Pisou em falso na ida para o Cruzeiro, voltou ao Fortaleza e não resistiu ao convite para dirigir o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil.
Perdeu e ganhou algumas paradas importantes, mas não conseguiu contagiar a torcida porque a coisa funcionou na base do “resultado sem qualidade, não tem graça”.
Me faz lembrar a situação do treinador Carlos Alberto Parreira, que, mesmo ganhando a Copa do Mundo de 1994, não pareceu consagrado.
Seus inimigos, também, na mídia esportiva torcedora, aproveitaram para tachá-lo de antipático e incompetente.
Em um tempo de olhos digitais e áudios que vazam, a se acreditar na narrativa de um funcionário do clube, Rogério Ceni teve um desarranjo de pato no ambiente de trabalho rubro-negro.
Ficou tudo de difícil limpeza.
Só que, para quem conhece o treinador, as razões de sua dispensa do rubro-negro devem ter sido duas: suas fortes idiossincrasias e o seu vício em trabalho.
Além disso, os dirigentes do Flamengo nunca deixaram de ser incomodados, nos seus sonos, por fantasmas que falam: “Vai buscar Jesus, em Portugal”!