O rosto mapeado pelas rugas confirma isso.
Afora a tontura e a vista turva, resultantes da labirintite, diabetes alto e dores lancinantes nas pernas provocadas pela neuropatia, vai tudo bem.
Tão bem que até me sugerem encarar as coisas com otimismo.
Acho mesmo que é por aí. E vou em frente.
Como costumo dizer: "Nós não fazemos aniversários. Eles é que nos fazem e desfazem, mastigados pelos dentes dos minutos e das horas."
Gostaria de me transformar, hoje, em um homem alado, munido de um controle remoto da memória e voar sobre lugares que habitei, nessa longa caminhada da vida.
Um outro desejo de quem já dobrou o cabo da desesperança dos 74 anos, é o de permanecer mais um bocadinho entre os viventes, para conhecer as descobertas dos novos tempos.
Vejam a minha imagem pelo traço do chargista Lincoln.
É isso.
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