Como clubes de futebol podem morrer

Um cientista político afirmou, recentemente, que em função da pandemia, empresas podem desaparecer; clubes de futebol, não.

Argumentou em favor dos clubes, o fato de possuírem sócios e torcidas que representam a garantia de entidades intermináveis.

Para “bater o centro”, posso achar que clubes podem até não morrer, mas ficam cheios de sequelas e na condição de semimortos.

O nobre cientista desconhece o número de clubes que morreram ou permanecem em estado vegetativo.

Mas, o caso, aqui, não trata das indefectíveis estatísticas.

“É melhor morrer do que desistir da vida”. Uma frase que junta um bocado de coisas que eu li e ouvi. Está, aí, o resultado literário.

Pois é, muitos clubes da nobreza do futebol brasileiro vivem em estado de penúria e a pandemia não tem nada a ver com isso.

Um clube de futebol pode morrer, quando a incompetência de seus gestores joga a histórica tradição no abismo. E ainda se inclinam para saber se ela morreu.

Pode morrer a equipe cujos dirigentes só procuram atender às suas vaidades pessoais e interesses políticos.

Ao abrir mão da sua condição de poder traçar o seu próprio destino, vai para as calendas o clube que entrega seu futuro às mãos de terceiros.

Pode morrer, sim, a agremiação dirigida por quem enxerga em qualquer plano de reforma uma possibilidade de dar calote.

Dificilmente, escapa da morte (ou fica aleijado) quem gasta as cotas televisivas e outras receitas, de maneira antecipada.

Um dirigente que trata bem sua empresa ou negócio e dirige o clube, desferindo uma série de joelhadas no gogó da agremiação, pode, por asfixia, levá-lo à morte.

Condenados serão os clubes com gestores despreocupados com as divisões de base, que só pensam o futebol como negócio, ao vender revelações e contratar decadentes.

Ignorar as bases populares da fundação de um clube de futebol não é papel de quem se diz dirigente.

Enfim, amigos, duas coisas são certas na vida: o nascer do sol e a morte.

A morte, a pior das duas coisas, a gente pode deixar para amanhã. Ou depois de amanhã.



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