Alma e futebol

Confira a coluna de Wilton Bezerra desta quarta-feira (22)

Legenda: Bola de futebol
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Quem quase morreu afirma que, quando a alma vai se ausentando, a gente sente.

É como se a vida fosse passando, em poucos instantes.

Rubem Braga disse, certa feita, que não devemos vender a alma. A alma faz falta.

Nelson Rodrigues, o nosso maior frasista, decretou: "Um time pode jogar até descalço, mas não pode jogar sem alma".

Eu gostaria de ter uma boa coleção de metáforas e hipérboles para explicar essa falta de alma no futebol brasileiro.

Fato que a alma anda em falta  nos campos de jogo. 

Vem sendo essa a explicação para quedas de produção abruptas de vários times, ao longo do campeonato brasileiro.

O torcedor não se deixa levar por essa história. Acha, de imediato, que é falta de vergonha dos jogadores e burrice dos treinadores.

Bem sabemos que, hoje, as equipes de futebol possuem nos seus estafes especialistas para qualquer tipo de problema.

Dizem até que contam com amestradores de foca nos seus departamentos. Exagero, certamente.

Certo é que estamos diante de um problema muito sério. Há jogadores que estão rezando como nunca em busca de um equilíbrio espiritual.

Da minha janela, me sinto  impossibilitado de sugerir uma solução.

Se vivo fosse, Jurandir Mitoso, "O Pajaraca", consultado, diria: "Vixe, agora, é coisa de assombração?"