Aproveitando o chafurdo provocado pelo afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF, os presidentes de clubes da Série A ensaiaram a criação de uma Liga que passaria a dirigir, “de imediato”, o Campeonato Brasileiro do próximo ano.
Depois de três reuniões, os dirigentes “brigaram tanto que a morena foi embora”, alterando um pouco os versos de Ataulfo Alves.
Com a presença, também, de presidentes de clubes da série B, os entendimentos sobre a criação da entidade acabaram não passando pelo estágio da informalidade, porque as discussões descambaram até para ameaças de agressão física.
E olha que a divisão do dinheiro não chegou ao debate dos principais assuntos, sendo o quarto encontro cancelado, sem maiores explicações.
Isso mostra, mais uma vez, que os gestores de clubes não querem (ou não sabem) ser poder e encarar corajosamente os inúmeros problemas do futebol brasileiro.
Não entendem eles, que sem os clubes não tem CBF, Federações, Seleção Brasileira, não tem nada.
Os clubes é que precisam tomar a iniciativa para gerar riquezas existentes no nosso futebol, a partir de um calendário esportivo e de uma organização empresarial.
Mesmo afastado da presidência da CBF, Rogério Caboclo continua recebendo vencimentos de “apenas” R$ 340 mil mensais.
A simples menção de adoção do clube-empresa já arranca reações como: “Administrar em moldes empresariais, mesmo sem transformar em clube-empresa”.
Duvido que a maioria dos gestores trate o clube na mesma forma como lida com seus negócios.
Faço votos para que alguma coisa seja feita, antes que clubes virem sucatas, em um futebol que parece se orgulhar ao exibir as dívidas que tem.