Acho engraçado e bem bolado o comunicado aos clientes de um bar: “Não temos wi-fi. Conversem entre vocês”.
Reinando no império dos desejos pessoais, está o aparelho celular.
Pode-se afirmar, peremptoriamente, que o celular é o oráculo da nova civilização.
Na rua, na chuva, na fazenda (para lembrar o sucesso de Hyldon), estamos todos sequestrados em nossa atenção por essa caixinha cheia de grandes atrações.
Crianças, adultos e idosos são flagrados com ela, iluminando os seus rostos.
Muitos, entre os quais o escriba, por necessidade de trabalho, e uma maioria para se informar, escrever sandices, matar o tempo ou em busca de influencers.
Tudo processado em mágicos minutos.
Para quem enxerga um perigo a mediocrização das pessoas, triste observar que o livro é uma das vítimas dessa caixinha.
Já com o prestígio abalado, o impresso manuseado perdeu mais Ibope ainda. Lembrar que, dele, vieram meus influencers Nelson Rodrigues, Cony, Antônio Maria e tantos outros.
Hoje, qualquer imbecil consegue milhões de seguidores dispostos a aceitar carradas de esterco em suas cabeças.
A dependência é grave e não tem controle à vista.
Pior que isso, só o dilúvio.
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