Ferroviário e Bahia se enfrentam neste sábado (4), às 20h30 na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), pela 2ª rodada da Copa do Nordeste. As duas equipes voltam a se enfrentar depois de 17 anos e a lembrança do torcedor coral é a mais feliz possível. Afinal, no dia 15 de novembro de 2006, o Ferrão se agigantou e goleou o time baiano por 7x2 no estádio Presidente Vargas, pela Série C do Campeonato Brasileiro.
Naquele ano, as duas equipes jogavam o octogonal final pelas 4 vagas de acesso e o Ferroviário, com um timaço, bateu na trave, terminando em 5º lugar. Mas aquela tarde no PV está na memória dos corais e dos torcedores cearenses com uma goleada histórica, em um dos maiores jogos da gloriosa história coral.
Do lado coral, o time do treinador Arnaldo Lira tinha jogadores como o goleiro Jéfferson; o lateral-direito Marcos Pimentel, os volantes Júnior Cearense e Glaydstone, além do meia Everton e dos atacantes Fernandinho e Sérgio Alves. Este último, que foi ídolo do Ceará e do próprio Bahia, fez uma partida notável, com 3 gols.
O Ferrão abriu o placar aos 14 minutos, em cobrança de falta de Everton que o goleiro Darci aceitou. O segundo sairia logo depois, aos 18 minutos, com Everton lançando Sérgio Alves, que marcou um gol de categoria na saída do goleiro.
No segundo tempo, o Ferroviário fez o terceiro logo aos 2 minutos em um golaço de Fernandinho, que soltou a bomba e a bola ainda bateu na trave antes de entrar. Aos 6, Júnior Cearense e Everton fizeram a jogada, Sérgio Alves dominou e bateu para fazer o quarto.
Dois minutos depois, Marcos Pimentel cruzou, Fernandinho cabeceou na trave e Sérgio Alves empurrou para as redes para fazer 5 a 0.
Os corais se acomodaram com o placar elástico e o Bahia marcou dois gols seguidos, aos 9 com Luciano Baiano chutou de longe e diminuiu e aos 25, com o experiente Sorato.
Mas os gols acordaram a equipe do Ferrão, que marcou mais dois e decretou a goleada: Aos 32, Júnior Cearense cobrou falta no ângulo e marcou o sexto gol. E aos 35 minutos, Marcos Pimentel fez um golaço, com direito a drible no goleiro Darci para fechar a goleada em 7 a 2.
Para os torcedores corais, aquela tarde foi inesquecível e atmosfera do PV também. Afinal, tinham quase 5 mil torcedores apoiando o Ferrão. O diretor de marketing Chateaubriand Arrais Filho, estava no PV em 2006 e lembra aquela tarde histórica.
"Confesso eu, que como torcedor fui acreditando na vitória, mas obviamente não em uma vitória tão expressiva, o Ferroviário goleou por 7 a 2 e foi um passeio de bola. A torcida do Ferroviário e do Bahia, não esquecem, até os torcedores do Vitória, tenho muitos amigos lá e eles sempre lembram. É um jogo para ser recordado sempre. O estádio estava com bom público, por volta de 5 mil pessoas. Foi uma tarde belíssima para a torcida, foi um jogo marcante, um dos maiores da história do Ferroviário".
Chateaubriand lembra que o Ferroviário tinha um grande time, e que vinha de grandes vitórias em casa naquela Sèrie C.
"O Ferroviário vinha de uma campanha muito boa dentro de casa. Fazíamos ótimas partidas em casa, mas quando quando saía, não tinhamos os mesmo sucesso. Tínhamos ganho do Barueri, Vitória, Treze, do Brasil de Pelotas e fomos enfrentar o Bahia, um jogo gigante. O time era treinado pelo Lula Pereira e tinha jogadores muito conhecidos, como o Sorato. E o Ferroviário tinha craques como Sérgio Alves, que foi a grande contratação do ano, e vinha dando conta do recado, tanto é que marcou três gols aquele dia. A gente também tinha o Fernando, que depois viria a ser chamado de Fernandinho, que jogou no Flamengo, Grêmio e São Paulo, Marcos Pimentel que jogou Ceará, Everton que jogou Cruzeiro, Junior Cearense, Jeferson no gol. Era um time muito bom, treinado pelo Arnaldo Lira".
E por falar em Sérgio Alves, grande personagem daquele dia com 3 gols, o diretor coral contou que encontrou o ex-atacante nos últimos dias - na última terça-feira no PV, no empate em 1 a 1 entre Ferroviário e Ceará pelo Estadual - e relembraram o dia histórico.
"Nesse ultimo jogo contra o Ceará, que empatamos em 1 a 1 pelo Cearense, quem estava nas cadeiras era o Sérgio Alves. Eu tive o prazer de reencontrá-lo e ele relembrou desse jogo contra o Bahia. Ele perguntou se eu estava lá e eu disse que claro. Ele foi um grande personagem do jogo, desencantou ali e foi um dos principais jogadores da competição".
Por fim, Chateaubriand lembrou da dificuldade da Série C daquele ano em que o Ferrão quase subiu:
"A Série C de 2006, pode ser considerada a mais disputada, a mais difícil de todos os tempos. Basta ver a quantidade de times importantes. Ferroviário já tinha passado por 3 fases e chegou no octogonal junto de times como Bahia, Vitória, Brasil de Pelotas, Criciúma, Treze, Ipatinga, que eram times fortes, times que já tinham disputado a Série A ou viriam disputar a Série A em tempos breves. Foi uma Série C disputadíssima, que infelizmente não subimos, pois perdemos pelo Barueri na última rodada", recordou.
Ferroviário 7 x 2 Bahia
Local: Presidente Vargas - Fortaleza.
Data: 15 de novembro de 2006.
Árbitro: Wallace Nascimento Valente (ES).
Assistentes: Antônio Carlos de Oliveira (ES) e José Ricardo Maciel Linhares (ES).
Renda: R$ 39.160,00.
Público: 4.434 pagantes.
Gols: Everton, Sérgio Alves (3), Fernandinho, Júnior Cearense, Marcos Pimentel, Luciano Baiano e Sorato.
Cartões amarelos: Fernando, Pereira, Laerte, Rodrigão e Rodriguinho.
Ferroviário: Jéfferson; Marcos Pimentel, Carlinhos, Marcelo Mendes e Júnior Cearense; Glaydstone (Robinho), Dedé, Stênio e Everton (Diego); Fernandinho e Sérgio Alves (Claudeci) - Técnico: Arnaldo Lira.
Bahia: Darci; Luciano Baiano, Pereira, Laerte (Rodrigão) e Peris; Salvino (Charles), Leandro Leite, Rodriguinho e Edinei (Isac); Sorato e André Pastor - Técnico: Lula Pereira.