Análise: No Clássico da cautela, empate fica de bom tamanho e deixa decisão em aberto

Vovô e Leão empataram sem gols no jogo de ida da final do Campeonato Cearense

Legenda: Fortaleza e Ceará fizeram o jogo da cautela no 1º jogo da final do Estadual
Foto: THIAGO GADELHA

No 1º jogo da decisão do Campeonato Cearense, a cautela prevaleceu. Desde as escalações de Vojvoda e Mancini, ao desenrolar do jogo, com raras chances de gol, ficou claro que nenhuma das duas equipes queria perder a 1º partida da final. O prejuízo para o 2º jogo seria enorme, e tirar uma vantagem do adversário é sempre tarefa das mais difíceis.

O dado trazido pela Coluna antes do Clássico-Rei, mostrando que em 13 decisões de Estadual, em 12 quem saiu na frente foi campeão, evidencia isso.

Legenda: Fortaleza e Ceará adotaram estratégias mais defensivas no jogo de ida decisão
Foto: THIAGO GADELHA

Para esta final seria especialmente complicado perder o jogo de ida. Para o Ceará, perder o jogo de ida era dar uma moral imensa para o Fortaleza, o tornando mais perigoso e confiante para o jogo de volta após uma sequência ruim.

Para o Fortaleza, perder para o Ceará, aumentaria a crise no Pici, tornando a pressão no clube para o jogo de volta. Seriam 4 jogos sem vencer na temporada e a 2º derrota em Clássico-Rei no ano.

A formação inicial de Vojvoda, no 5-3-2, evidenciou o cuidado que o treinador teve para o jogo, com uma formação mais defensiva, com 3 zagueiros, 3 volantes e sem meia armador.  A ideia de Vojvoda era tornar o jogo mais físico, contra um meio campo mais sólido do Ceará. O treinador argentino sabia que uma derrota destruiría o grupo animicamente para jogo de volta.

Enquanto Mancini, fez com que Pulga e Aylon fizessem uma recomposição para acompanhar os alas do Fortaleza. Aylon teve mais dificuldade de marcar Bruno Pacheco, mas mostrou a entrega tática alvinegra.

Assim, com tantos cuidados defensivos, o Clássico-Rei foi truncado e com poucas chances de gol. No 1º tempo, só a chance de Aylon, desviando na grande área para grande defesa de João Ricardo.

Na etapa final, o Fortaleza voltou pressionado com a entrada de Marinho, insistiu nos cruzamentos para área, com maior volume de jogo e posse de bola, mas a defesa alvinegra mostrou-se muito sólida, com o zagueiro Ramon Menezes fazendo uma partida excelente nas rebatidas e posicionamento.

Legenda: Marinho entrou na 2ª etapa e deu mais ofensividade ao Fortaleza
Foto: THIAGO GADELHA / SVM

Richard precisou trabalhar em chute cruzado de Dudu, mas as melhores chances da etapa final foram do Ceará, com Saulo perdendo gol feito de frente para João Ricardo e Pulga batendo colocado para o goleiro do Leão espalmar.

As trocas leoninas para a reta final do jogo, evidenciam um elenco melhor e melhores opções - Marinho, Calebe, Pochettino, Pikachu - são de muita qualidade em comparação ao elenco alvinegro e elevou a qualidade no Fortaleza, com o domínio sendo previsível. E esse ponto mostra um mérito do Ceará, com grande partida de Lourenço e Mugni no meio campo.

Em suma, o Fortaleza tentou mudar a cara do jogo na reta final, pressionando mais, mas foi o Vovô que foi mais perigoso nos contra-ataques.

Cenário para jogo de volta

Agora, sem vantagem para ninguém para o jogo de volta, vamos esperar a estratégias de Vojvoda e Mancini na busca pelo título. O Leão entra pressionado em busca do inédito hexa, e como um time de maior investimento e de Série A, deve tomar mais a iniciativa no jogo final.

E para o Ceará, que terá 70% da torcida no sábado, também tem certa pressão para evitar o hexa do Leão, mas por estar na Série B e ser mais um ano de 'reconstrução', pode jogar esperando o Tricolor e tentar manter a solidez defensiva e as transições rápidas na frente.