Análise: eliminação na Copa do Brasil não pode desviar o foco do Ceará, mas deixa alertas

Eliminação na Copa do Brasil para o Ituano nos pênaltis é dolorida, mas clube precisa se manter firme em uma temporada positiva

Legenda: O Ceará foi eliminado da Copa do Brasil fora de casa pelo Ituano em uma noite em que seu forte ataque só teve lampejos
Foto: Felipe Santos/CearaSC

Até o jogo desta quarta-feira (15), pela Copa do Brasil, a temporada do Ceará era considerada positiva e promissora, seja por resultados e desempenho em campo. O trabalho de Gustavo Morínigo é consistente e a análise foi sempre vislumbrando  Série B do Campeonato Brasileiro, para chegar forte na luta pelo acesso.

E após a eliminação para o Ituano nos pênaltis, após empate em 1 a no tempo normal fora de casa, a análise não pode mudar e nem os rumos do clube pensando no macro.

Claro que toda eliminação doí, o Ceará tinha time para avançar, mas o risco de ser eliminado para um bom time fora de casa em jogo único existia. Basta isolar o resultado, e imaginá-lo como da estreia na Série B, daqui praticamente um mês. Seria um bom resultado.

Mas o regulamento traiçoeiro da Copa do Brasil, de jogo único, na casa do adversário e sem  a vantagem do empate para o visitante aumentou os riscos do Vovô.

Claro que o Ceará se tivesse feito uma partida acima da média teria vencido. Mas esse mesmo Ituano venceu o Santos - time de Série A - com extrema facilidade por 3 a 0 na última rodada do Paulistão, eliminando o Peixe na 1ª Fase.

Ou seja, o jogo estava longe de ser fácil. Ainda mais com o Galo de Itu em alta após eliminar o Corinthians em Itaquera nos pênaltis nas quartas do Paulistão.

 

Lampejos

O time de Morínigo teve bons momentos no jogo com a bela jogada para o gol de Guilherme Castilho, com participações de Erick e Vitor Gabriel, e outras tentativas de perigo, como com Pagnussat (2x), outra vez com Castilho e Richardson, mas dessa vez, o time permitiu finalizações demais ao time da casa.

 

Defesa frágil

O sistema defensivo com Igor (na lateral-direita) Pagnussat, Lacerda e David Ricardo (improvisado na lateral-esquerda), não funcionou. Foi muito vulnerável na jogadas aéreas e exigiu de Richard grandes defesas, além das finalizações que passaram perto da trave dele.

O meio com Caíque e Richardson não conseguiu segurar as investidas do Ituano, que ganhou o duelo pelo setor.

 

E o ataque?

O ataque do Vovô em 2023 é afetivo e tem marcado muitos gols. Mas ainda que tenha havido bons momentos como já citei, quarteto Castilho, Erick, Janderson e Vitor Gabriel não esteve inspirado como em outros jogos em 2023. O centroavante pouco finalizou e o meia ficou isolado.

 

Mudanças sempre abaixo

Outra preocupação são as peças para o decorrer do jogo. O nível do time sempre cai. As saídas de Erick, Vitor Gabriel e Castilho deixam o Ceará mais fraco e as entradas de Luvannor, Alvaro e Jean Carlos mais uma vez não surtiram efeito algum. Preocupante, já que o Ceará foi dominado na etapa final.

 

Agora como fica?

O Ceará tem um time competitivo e será assim na Série B. Em casa, o clube tem tudo para ser forte e pontuar regularmente. Já fora de casa, os jogos serão difíceis, e haverão adversários do nível do Ituano, portanto, pontuar será fundamental, mas mais ainda é qualificar o setor de reposição. O banco de reservas precisa ser mais qualificado para que o time não caia de rendimento na etapa final de jogo como foi em Itu.

Assim como aconteceu na Copa do Brasil, os riscos nos mata-matas do Estadual e Copa do Nordeste também existem, mas o clube precisa focar no que mais importa: o planejamento para a Série B. É entrosar o time titular e qualificar o elenco, as opções para Morínigo.

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