O Ceará cumpriu seu objetivo e garantiu vaga na final do Campeonato Cearense. Mas não foi fácil. O placar de 2 a 0 no Castelão contra o bravo Iguatu pode até indicar uma vitória segura, mas ela foi difícil e isso pode ser explicado por todo contexto que envolveu o jogo.
Primeiro, o Alvinegro vinha de uma eliminação nos pênaltis na Copa do Brasil no meio de semana. E isso aumentou ainda mais a pressão no grupo. Segundo, o empate em 1 a 1 na ida no Morenão deixava o confronto em aberto e a tensão existia, já que um novo empate levaria a decisão para os pênaltis, algo que nenhum alvinegro gostaria de encarar após 5 eliminações seguidas assim.
E terceiro, o adversário. Foi o bom time do Iguatu que eliminou o Ceará nas quartas do ano passado e ali começou o desastre do ano alvinegro em 2022. Ou seja, tinha toda uma carga para este jogo.
Começo bom mas depois...
O começo do Ceará foi bom, com imposição e o gol de Vitor Gabriel logo aos 10 minutos indicava que o jogo poderia ser tranquilo, com o Vovô abrindo caminho para aumentar a vantagem.
E foi tranquilo até o fim do 1º tempo, quando antes disso Richardson e Vitor Gabriel tiveram a chance de ampliar.
Mas perto dos 40 minutos, começou a surgir a insegurança do time, que recuou inexplicavelmente. O Iguatu - que até então só se defendia - adiantou o time e passou a criar. Tensão no campo e nas arquibancadas.
Por pouco o Azulão não empatou no fim do 1º tempo, com Richard salvando finalização de Dedeco e Luis Suares mandando outra pra fora.
Era a senha que o Ceará mentalmente ainda tinha receio de se arriscar, preferindo segurar o placar.
Sufoco
Na etapa final isso ficou muito claro, com o técnico Gustavo Morínigo tirando o meia Guilherme Castilho - que saiu contrariado - para a entrada do volante Caíque depois de duas chances claras perdidas.
A torcida estranhou, reclamou e viu o Iguatu crescer. E mais que isso, viu o Ceará sumir em campo.
O time não conseguia mais criar nada no 2º tempo e nem a entrada do meia Jean Carlos compensou isso.
A equipe ficou perdida, retrancada, e a torcida, impaciente, tensa pelo placar mínimo. Com o meio campo povoado e sem saídas rápidas, o Ceará ficou previsível e sofreu.
Ainda que o Iguatu não finalizado com perigo, o risco de um lance isolado e uma nova disputa de pênaltis assombrou o Castelão.
Foi quando o alívio veio aos 46 minutos, com gol de Léo Rafael, em passe de Willian Formiga.
A vitória de 2 a 0 foi merecida, a vaga na final do Estadual também e é preciso entender o contexto do jogo. A pressão era toda do Ceará, o time carregou isso durante o jogo todo e as escolhas de Morínigo, mostram como a equipe precisava vencer da forma que fosse.
Assim, com a vaga na final do Estadual garantida e aliviando o clima de pressão, a tendência é o Ceará jogar melhor, seja contra o Fortaleza ou Ferroviário. É isso que a torcida alvinegra espera, pois esse bom futebol já foi visto em 2023. O Ceará precisava estar na final do Estadual, conseguiu e agora, mais leve, é buscar o título.