Análise: Alerta do Ceará não é pela derrota em casa e sim pelo baixo repertório ofensivo

Alvinegro foi derrotado pelo Atlético Mineiro por 1 a 0 no Castelão pela 11ª rodada da Série A

Escrito por
Vladimir Marques vladimir.marques@svm.com.br
(Atualizado às 21:11)
Legenda: O Ceará perdeu a primeira em casa na Série A em jogo de baixa criação ofensiva
Foto: KID JUNIOR / SVM

O Ceará foi derrotado pelo Atlético Mineiro no seu 6º jogo em casa na Série A. Eram 5 jogos invicto, com 4 vitórias e um empate. Em algum momento a derrota viria, não era razoável pensar que o Ceará passaria toda campanha na Série A - 19 partidas- sem perder em casa. Mas mais do que a derrota, o alerta no Vovô é o baixo repertório ofensivo. 

Se esse 'sintoma' ou limitação, já era visto nos jogos fora de casa, contra o Galo, o Ceará criou pouco.

A rigor, foram apenas 3 chances de gol, em cabeçada de Willian Machado no travessão, um chute cruzado de Aylon e um rasteiro de Rômulo.

Claro que a equipe de Léo Condé prima pela compactação defensiva, em correr poucos riscos, mesmo em casa, mas ao tomar esta atitude, as chances de gol ficam mais raras.

E isso foi claramente visto contra o Galo, que se não vive seu melhor momento, tem atacantes perigosos, como Hulk e Rony. O primeiro mandou uma bola no travessão e outro fez um golaço.

Legenda: Galeano luta muito com os zagueiros, é voluntarioso, mas tem produzido pouco ofensivamente
Foto: KID JUNIOR / SVM

O empate seria o resultado mais justo pelo que as duas equipes produziram, mas se tratando de Série A, uma equipe ganha jogos que foram equilibrados e perde também.

Em uma competição tão equilibrada, eu entendo que Condé não queira expor o Ceará demasiadamente em campo, seja dentro e fora de casa pela limitação técnica do elenco, mas é preciso ter mais repertório ofensivo.

Galeano e Pedro Henrique são esforçados, correm e marcam muito, mas falta a eles mais finalizações.

Pedro Raul é artilheiro, mas a bola tem chegado menos e quando chega, ele não tem conseguido ser preciso como antes.

E as alternativas para o ataque também não rendem nos poucos minutos que tem, como Aylon, Lelê e Rômulo.

Falta ao Ceará arriscar mais, chutar mais, também de fora da área. Condé deveria reforçar isso e Rômulo é um jogador com essa característica.

Defensivamente o Ceará fez uma partida segura, como nos jogos anteriores. O sistema defensivo funciona, com outra vez Fernando Miguel, Willian Machado e Dieguinho indo bem. O gol de Rony foi muito mérito dele e Fernando Miguel não tinha como pegar aquela bola.

O Ceará ainda tem um jogo fora de casa, contra o Botafogo, no dia 4, antes da parada do Brasileiro para o Mundial de Clubes. E na janela, o Vovô precisa buscar peças ofensivas.

A Série A é longa, ainda restam 30 pontos a buscar em 28 jogos, e ter repertório ofensivo é preciso na busca pelo objetivo. Se melhorar o repertório ofensivo e mantiver a defesa segura, o Vovô conseguirá seu objetivo.

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