Tarifaço é "irracional", e o Ceará está tentando mitigar os impactos, diz Domingos Filho

Em entrevista, secretário também reafirma que polo automotivo começará a produzir ainda em 2025

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Domingos Filho, secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará
Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste

O Governo do Ceará está em contato com a iniciativa privada, articulando uma série de medidas para mitigar os efeitos do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos, que afeta diretamente a pauta exportadora do estado. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Domingos Filho, afirmou que o tarifaço é resultado de “intolerância política" e é "irracional".

Ao citar que 52% das exportações cearenses têm como destino os Estados Unidos, o secretário afirmou que a tensão está espalhada em grande parte do empresariado local. Uma das ações cogitadas é envolve a compra emergencial de mercadorias impactadas, como pescado e castanha de caju, que estariam retidas em portos.

“O que o governador fez foi garantir que, se a situação persistir, o Estado tomará decisões para ajudar quem produz”, disse.

Polo automotivo inicia produção em 2025

O secretário também demonstrou otimismo em relação ao cronograma do polo automotivo de Horizonte. A projeção é que a produção de veículos se inicie ainda neste ano, mas a primeira montadora a integrar o complexo multimarcas ainda não foi anunciada. No entanto, ele assegurou que há um “pacto de entrega” em curso.

Segundo Domingos, outro eixo central da política econômica estadual é a interiorização da atividade industrial. Atualmente, o Ceará conta com 328 indústrias incentivadas, presentes em 55 dos 184 municípios. O plano, relata, é ampliar essa presença para mais regiões.

Ele ressaltou o montante de R$ 1,3 bilhão em novos projetos, contemplando 39 empresas, entre novas instalações e ampliações, aprovado pelo  Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Condec) nesta semana. “São investimentos pulverizados, envolvendo setores como metalmecânico, químico e calçadista, que permanece pujante”, afirmou.

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