Sem apoio da população no Natal e Réveillon, não há decreto que dê jeito

Medidas do governo refletem piora do quadro pandêmico. População cearense, em especial os jovens, precisa ajudar a conter o vírus

Legenda: Aglomeração flagrada na Praia dos Crush, em Fortaleza
Foto: Natinho Rodrigues

Por meio do decreto de fim de ano, o governo estadual emite um claro alerta sobre o agravamento do quadro da pandemia no Ceará.

Há, no documento, pontos mais pragmáticos, como a ampliação do horário de funcionamento do comércio. Esta demanda vinha sendo feita há algum tempo pelo setor e, tanto no aspecto econômico como no sanitário, é uma medida sensata.

Mas há outros tópicos mais complexos. Por exemplo, o que proíbe festas em áreas residenciais com mais de 15 pessoas. O controle efetivo destas situações num estado com 8,8 milhões de pessoas e 184 municípios é uma missão que nem James Bond, Ethan Hunt e os Vingadores juntos conseguiriam cumprir.

A força de fiscalizar e policiar do Estado é, por óbvio, limitada e, na prática, a capacidade pública de tirar o decreto do papel e transformá-lo em ação é também restrita em alguns casos.

Prevenir, prevenir e prevenir

O controle da pandemia só funciona a pleno vapor quando há a colaboração popular, com o cumprimento das medidas primárias que todos aprendemos, de tanto ouvir, nestes longos meses: usar máscara, evitar aglomerações, e usar o bom e velho álcool em gel. 

Não há mais ninguém pedindo para que as pessoas hibernem em casa. Os encontros são possíveis, desde que haja bom senso e responsabilidade.

Até que a bendita agulha da bendita vacina penetre a pele dos nossos braços, os jovens cearenses, em especial, precisarão assumir uma postura mais séria nesta crise. Sem a conscientização deles, não há decreto que dê jeito.