Como a alta da TR deve impactar parcelas do financiamento imobiliário

Com aumento da Selic, TR, que estava zerada desde 2017, já voltou a subir e deve saltar ainda mais

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Zerada desde setembro de 2017, a Taxa Referencial (TR) já voltou a ficar positiva e deve subir ainda mais em 2022. Isso vai impactar os financiamentos imobiliários que têm a TR em sua composição.

Em novembro de 2021, a TR começou a se descolar do zero e, com a elevação da Selic para 9,25%, novas altas são previstas.

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Qual será o impacto nos financiamentos?

Parcelas de financiamento da casa própria atreladas à Taxa Referencial, portanto, sofrerão aumento. No entanto, de acordo com Bruno Alberto, economista e sócio da Arêa Leão Consultoria Empresarial, o efeito será tênue, pelo menos inicialmente.

"Para o financiamento imobiliário com juro pré-fixado + TR, não é preocupante. Esse impacto seria mais relevante se a Selic passasse de 12%", pondera o especialista.

Vale lembrar que nem todos os financiamentos de imóveis têm ligação com a TR, que é aplicada em contratos  do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), da Caixa Econômica Federal, sob a fórmula de juros fixos + TR.

Há, por exemplo, o financiamento atrelado ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Estes, sim, já vêm sendo influenciados de maneira mais acentuada, diante da aceleração da inflação que já atingiu dois dígitos.

Nesses casos, Bruno Alberto destaca a importância de se analisar a portabilidade da dívida para evitar aumentos muito significativos nas parcelas.

O que é e como é calculada a TR?

O economista Allisson Martins explica que a TR tem seu cálculo fundamentado nas Letras do Tesouro Nacional (LTN). "A expectativa é que a TR volte ao jogo. A magnitude do impacto, infelizmente não sabemos, porque vai depender da negociação dos títulos (LTN) no mercado", esclarece.

Martins frisa que, em novembro deste ano, a taxa já havia saído do zero. O valor mais atualizado é de 0,0821% ao mês, conforme informação que consta no sistema do Banco Central.

A TR foi criada na década de 1990, em meio ao caótico período da hiperinflação, para ser uma taxa de juros de referência. 

Hoje, funciona como indicador para a atualização monetária de algumas aplicações financeiras e operações de crédito. A poupança e o FGTS, por exemplo, são influenciados pela TR.

 

 

 

 

 

 

 



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