Bolsa pode bater os 170 mil pontos em 2026, projeta XP

Projeção considera ciclo de corte de juros nos EUA, retomada de fluxo estrangeiro e ambiente local mais propício ao risco.

Escrito por
Victor Ximenes victor.ximenes@svm.com.br
Legenda: Bolsa de Valores bate recordes em 2025.
Foto: Shutterstock

A Bolsa brasileira, que vem renovando recordes consecutivos, deve seguir em ascensão no próximo ano, podendo superar a marca de 170 mil pontos em 2026. A estimativa foi apresentada por Larissa Falcão, head regional Nordeste/Norte da XP, em evento exclusivo para investidores realizado em Fortaleza.

Tal projeção considera um cenário de maior apetite ao risco nos mercados globais, continuidade do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos e possível inflexão na política monetária brasileira.

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Fluxo estrangeiro e desconto dos ativos brasileiros

Para os especialistas da XP, o principal motor da valorização do Ibovespa é o aumento do fluxo estrangeiro para mercados emergentes. Apenas em maio de 2025, os investidores internacionais aportaram cerca de R$ 11 bilhões na Bolsa brasileira, o terceiro maior volume desde 2017.

Embora o Brasil tenha perdido espaço no portfólio dos fundos globais de emergentes nos últimos anos (de 20% para cerca de 5%), o país volta a atrair atenção por oferecer ativos descontados e espaço para valorização.

“As empresas brasileiras ainda estão em patamares atrativos e com potencial de crescimento, diferente das grandes companhias globais, que já atingiram máximas históricas”, pontuou a executiva.

Selic em 12%

A expectativa da XP é que o Federal Reserve mantenha o ciclo de cortes de juros iniciado em 2025, com reflexos diretos sobre o comportamento do mercado acionário global. No Brasil, a projeção da casa é que a taxa Selic chegue a 12% ao longo de 2026, o que deve estimular a migração de parte do capital alocado em renda fixa para ativos de maior risco.

Entre os setores com maior resiliência, a XP destacou empresas de energia elétrica, com contratos regulados pelo IPCA e histórico de performance consistente, mesmo em períodos de instabilidade. 

 

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