Auxílio emergencial: 3 sinais para o possível retorno do benefício em 2021

Agravamento da pandemia, ritmo incerto da economia e pressões políticas aumentam probabilidade de retomada dos pagamentos

Legenda: No ano passado, as primeiras parcelas do auxílio foram no valor de R$ 600
Foto: Thiago Gadelha

Ganham força, desde o fim de dezembro, os movimentos que defendem a retomada do pagamento do auxílio emergencial em 2021. Apesar da deterioração fiscal das contas públicas, uma nova rodada de liberações do dinheiro pode ser a saída para evitar o retorno da letargia econômica logo neste início de ano.

É consenso que não seria viável renovar o programa na modelagem executada em 2020, por conta do gigantesco volume de pagamentos, mas é possível chegar a um novo formato, com parcelas mais baixas e por um período mais curto.

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Apesar da patente melhora dos indicadores nos últimos meses, ainda não está claro que a economia brasileira conseguirá voltar a andar com alguma firmeza sem o alicerce dos benefícios emergenciais. Imperam a preocupação e a incerteza.  

Um estudo realizado pela Tendências Consultoria prevê que, sem o auxílio, a renda dos nordestinos deverá cair, em média, 8% em 2021, sendo a segunda região mais prejudicada do País, abaixo apenas do Norte (8,5%).

Os sinais para a retomada do auxílio

  • Piora da pandemia 

O auxílio emergencial foi criado para garantir renda à população vulnerável no momento de escalada de casos de Covid-19 no País e de retração na atividade econômica por conta do isolamento social. É fato que a economia ganhou alguma tração no segundo semestre, mas o auxílio foi justamente um dos motores deste crescimento. E, no último trimestre de 2020, houve uma explosão de casos da doença, fenômeno que já se arrasta para 2021, o que justificaria uma nova rodada de pagamentos do benefício.

  • Atraso na vacinação 

Em torno de 50 países já começaram a vacinação contra Covid-19 e o Brasil não é um deles. Esta injustificável demora na imunização é mais um motivo para que se elevem as cobranças pela retomada do auxílio. Quanto mais tempo sem vacina, maiores os prejuízos à economia. Diante de um cronograma ainda incerto, o benefício pode garantir o mínimo de renda a quem está mais exposto às intempéries econômicas e sem previsão de imunização.

  • Pressão no Congresso 

Tem crescido no Congresso a pressão para que o pagamento do auxílio volte ao debate. Esta pauta deverá ser uma das prioridades das casas legislativas no retorno dos trabalhos. Arthur Lira e Baleia Rossi, favoritos na disputa pelo comando da Câmara, já deram sinal verde para as discussões.