Seleção Brasileira, Fenando Diniz e as Feras do Saldanha

Leia a coluna de Tom Barros desta sexta-feira (16)

Legenda: A Seleção Brasileira está em 3º nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026
Foto: Vitor Silva/CBF

Hoje, às 21 horas, no Estádio Metropolitano Barranquilla, a Seleção Brasileira enfrentará a Colômbia pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O Brasil é o terceiro, atrás da Argentina (1º) e do Uruguai (2º). Será o quinto jogo da Canarinho. Goleou a Bolívia (5 x 1), ganhou do Peru (0 x 1), empatou com a Venezuela (1 x 1) e perdeu do Uruguai (2 x 0). Analisando esses resultados, lembrei os bons tempos de João Saldanha. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, no México, a Seleção Brasileira passou por cima de todo mundo.

Sob o comando do técnico João Saldanha, o Brasil jogou seis partidas e venceu as seis, inclusive aplicando várias goleadas: 2 a 0 na Colômbia em Bogotá, 5 a 0 na Venezuela em Caracas e 3 a 0 no Paraguai em Assunção. Nos jogos de volta, goleou a Colômbia por 6 a 2 no Maracanã, goleou a Venezuela por 6 a 0 no Maracanã e concluiu as eliminatórias, ganhando do Paraguai por 1 a 0 no Maracanã. Era o tempo das Feras do Saldanha, com Felix, Carlos Alberto, Brito, Djalma Dias e Rildo; Piazza, Dirceu Lopes e Gérson; Jairzinho, Pelé e Tostão. Está explicado. Poucos meses antes da Copa, Saldanha foi demitido. Mas deixou a base para o tricampeonato no México.   

   

Diferença   

   

Hoje, Diniz só reúne o grupo poucos dias antes dos jogos. Em quatro jogos, a Canarinho ainda não apresentou a filosofia inovadora de Diniz. Saldanha tinha a vantagem de todos os convocados atuarem no Brasil (três do Santos, três do Cruzeiro, dois do Botafogo, um do Atlético-MG, um do Fluminense e um do Vasco). Ficava mais fácil para entrosar.    

   

Força total   

   

João Saldanha assumiu com irrestrito apoio. Fernando Dinis está como treinador interino, porquanto o titular, Carlo Ancelotti, só virá em 2024. Situação esdrúxula criada pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Tenho convicção de que João Saldanha, o João sem Medo, jamais aceitaria comandar a Seleção Brasileira na condição de interino. Jamais, jamais.   

   

Predomínio   

   

Hoje, a grande maioria dos jogadores atua na Europa. Numa análise simples, posição por posição, não há como comparar a qualidade das feras do Saldanha com os jogadores à disposição de Fernando Diniz. Mesmo assim, com a qualidade de hoje sendo inferior, entendo que, se deixarem Diniz trabalhar, os frutos virão. E nem será preciso trazer Ancelotti.   

   

Empolgação   

   

Em 1969, qualquer jogo da Seleção Brasileira parava o país. Para que os senhores tenham uma ideia, o maior público da história do Maracanã foi exatamente no jogo Brasil 1 x 0 Paraguai, gol de Pelé, o último da Seleção Brasileiras nas eliminatórias de 1969. Total: 195.513 presentes, sendo 183.341 pagantes.    

   

 

Esclarecimento  

  
  

Estima-se que 200 mil pessoas ou um pouco mais viram a final da Copa do Mundo de 1950 no Maracanã, quando da derrota do Brasil para o Uruguai (1 x 2). Oficialmente, consta um público de 199.854 torcedores. Entretanto, pelas roletas passaram 173.850 pagantes. Admite-se, porém, que alguns portões foram invadidos, fato que gerou a imprecisão dos números.