Real Madrid na final sem dar um chutinho sequer

Leia a coluna de Tom Barros

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Legenda: Real Madrid disputa o Mundial de Clubes.
Foto: Marco BERTORELLO / AFP

O mundo é dos espertos. E os bobinhos que se danem. Quem pode, pode. Assim, amanhã, às 14 horas (horário de Brasília), na cidade de Lusail, no Catar, o Real Madrid, poderoso Real Madrid, sem ter dado um chutinho sequer, entra cheio de pompa para decidir o Mundial de Clubes.  

Não vi críticas ao modelo adotado neste Mundial de Clubes. Pelo contrário. Vi mesmo o “amém” dos demais concorrentes, relegados a um plano inferior. O Botafogo teve de enfrentar Pachuca. Foi eliminado. O Pachuca, além de eliminar o Botafogo, teve de eliminar também o Al Ahly. 

O Pachuca jogou 90 minutos e acréscimos diante do Botafogo. O Pachuca jogou 90 minutos, mais uma prorrogação de 30 minutos e decisão nos pênaltis para eliminar o Al Ahly. Um desgaste de 210 minutos em partidas decisivas, que exigem mais. E o Real Madrid esperando, sem dar um chutinho sequer... 

Amanhã, em campo, estará o poderoso Real Madrid, cheio de astros e ídolos, pronto para devorar o seu desgastado adversário. O mundo é dos espertos. E os bobinhos que se danem. Quem pode, pode. 

Ridículo 

Sempre abominei os privilégios no futebol. Há regulamentos que criam privilégios para os grandes clubes. O regulamento da Copa do Brasil é cheio dessas marmotas. Certamente argumentam assim: ora, se no Mundial de Clubes tem, qual o problema a Copa do Brasil ter também? 

Taça Brasil 

Na década de 1960, a Taça Brasil tinha também seus inaceitáveis privilégios, mas jamais comparados com os privilégios que são dados agora a uma casta dominadora. Time pequeno é bucha de canhão. Criam todos os obstáculos para que logo sejam eliminados.  

Sem pudor 

No atual Mundial de Clubes houve descaramento total, falta de pudor, falta de respeito. Regulamento ridículo em que todos foram obrigados a jogar, menos o poderoso. A FIFA perdeu a vergonha. A atual situação mostra como são privilegiados os chamados grandes do futebol mundial. 

Sem eco 

O protesto de um colunista não incomoda os poderosos da FIFA. Mas faço a minha parte. Sei que não dá em nada a minha manifestação contrária ao regulamento ridículo do atual Mundial de Clubes. Palavras ao vento. Palavras no deserto. Pelo menos exerci o meu direito de espernear. 

Opinião 

Você considera correto um time ser proclamado campeão do mundo, jogando apenas uma partida, após contemplar o desgaste dos concorrentes? Queira Deus que, em campo, o Pachuca consiga superar as dificuldades. É uma tendência natural a torcida pelo time teoricamente mais fraco e que foi prejudicado pelo regulamento.  

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