Eu me recuso a aceitar o massacre imposto aos jogadores de futebol no Brasil. Verdadeiro “trabalho escravo”. Falei da peregrinação feita pelo Fortaleza. Em uma semana, enfrentou o Grêmio em Porto Alegre, o Palmeiras em São Paulo e o América-MG em Belo Horizonte. Tem lá quem suporte uma carga pesada dessa. Pois hoje já tem novamente o Fortaleza em campo. É pela Copa Sul-Americana. O San Lorenzo é o adversário. No jogo de ida, em Buenos Aires, o Fortaleza ganhou (0 x 2). Aliás, na Sula o Leão está uma fábrica de gols: meteu 4 a 0 no Palestino do Chile e 6 a 1 no Estudiantes de Mérida, da Venezuela. Marcou 12 gols em três jogos.
Ótimo. Beleza pura. Mas, no meu entendimento, a prioridade tem de ser a Série A nacional. Qualquer outra competição terá de ser apêndice. Após o jogo de hoje, o Leão já terá de enfrentar o Vasco da Gama, sábado, às 16 horas, no Castelão. Vejam como não tem pausa. É cantiga de grilo. Mal sai de um jogo já tem outro à vista. Só mesmo quem tem um elenco muito grande e de qualidade pode fazer uma rotatividade satisfatória. O Fortaleza tem um elenco de qualidade, mas não grande suficiente para encarar ao mesmo tempo várias competições.
O Ceará tentará hoje à noite, às 19 horas, em Londrina, a sua terceira vitória consecutiva na Série B nacional. Se conseguir, chegará aos 13 pontos, fato que dará ao Vozão todo o direito de sonhar com o G-4, ou seja, com a faixa de classificação para a Série A de 2024.
Com o que está produzindo, o Ceará ainda não alcançou o perfil ideal de um time pronto para subir. Aliás, na Série B, até agora não há nenhum time tão superior aos concorrentes. Pelo menos dentre os que eu vi jogar. No meu entendimento, os quatro times do G-4, Vitória, Atlético-GO, Vila Nova e Criciúma, estão com melhor aproveitamento, mas nada extraordinário.
O Londrina tem campanha semelhante à do Ceará. Não vi o Londrina jogar. Assisti a alguns resumos em vídeos curtos. Não deu para formar um juízo sobre esse time paranaense. Na formação, tem nomes bíblicos como Moisés, Salomão e Matheus Lucas, mas também nomes como Leite, Feijão, Barata, Jatobá e Mancha.
Quando o treinador promove as substituições, tem a expectativa de que o time possa melhorar e render mais. Com o Ceará, na vitória sobre o Criciúma, cinco modificações foram feitas. Entraram Warley, David Ricardo, Léo Santos, Janderson e Guilherme Castilho. O time não melhorou nada. Ainda bem que deu para segurar a vitória construída no primeiro tempo.
Acompanhei o desempenho do lateral-esquerdo, Danilo Barcelos, na época em que ele atuou pelo Vasco (2019). Lá ele teve participação mais eficiente do que a que agora apresenta. Danilo tem condições de render mais. O mesmo posso dizer de Guilherme Castilho. Até agora não mostrou a metade do que produzia o seu tempo de Atlético Mineiro. Vamos lá, gente!