Os estraga-prazeres de um clássico inicial

Leia a coluna de Tom Barros desta segunda-feira (7)

Legenda: Ceará e Fortaleza farão o 2º Clássico-Rei em 2022. O primeiro terminou empatado em 1 a 1
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Não sei quem elabora as tabelas dos campeonatos. Se soubesse, passaria um pito nos autores que colocam clássicos nas primeiras rodadas das competições. Deveria ser terminantemente proibido. Motivo simples: clássico é para ser disputado por duas equipes no melhor da condição física. Só poderia ser programado quando os rivais estivessem no auge de suas produções. Colocar clássico nas fases iniciais resulta em jogos como o de sábado passado. Até mesmo o mais desatento observador notaria que Fortaleza e Ceará ainda estão longe do que os seus treinadores desejam. O Fortaleza foi melhor no jogo. Teve mais oportunidades para alcançar a vitória. Mas o Ceará, vindo quebradiço de Covid e outros problemas, superou as expectativas. Provou que tem condições de crescer na competição. O jogo foi dentro das limitações de times que estão apenas engatinhando. Depois andarão. Depois se soltarão. Depois correrão. Depois chegarão ao estágio exigido pelas disputas de alta performance. Aí, sim, seria o tempo ideal para o primeiro clássico. Quem programa clássico em começo de competição inverte a natureza das coisas. É um grandiosíssimo estraga-prazeres.   

Predestinado 

Moisés, atacante do Fortaleza, é iluminado. A sua bela história de vida todos conhecem. Aí, no primeiro clássico-rei que disputou, deixou logo a sua marca. Atacante que faz gol em clássico abre caminho para a consagração. Moisés foi um dos melhores do jogo. Pregou aviso: chegou para ser titular.  

Estreia 

Não posso catalogar como estreia a presença do argentino Silvio Romero no ataque tricolor. Foram só quinze minutos em campo. Tempo insuficiente para um atleta mostrar serviço, máxime quando pouco treinou com o grupo. Foi só um cartão de apresentação. Mas houve um desentendimento desagradável entre Romero e Vargas que Vojvoda não pode deixar passar. 

Coisas que acontecem 

Desentendimento entre jogadores do mesmo time é comum, desde que não haja comprometedor xingamento. Romero e Vargas protagonizaram um momento desconfortável onde até palavrão houve por parte de Vargas.
Não pegou bem. Mas Romero não teve razão na reclamação que fez. Nem com motorzinho Vargas alcançaria a bola que Romero mandou. 

Demissão 

Agora, já na reta final da fase de grupos, o Ferroviário precisava aplicar um sprint para assumir a liderança. Aí tropeçou duas vezes. Diante do líder Caucaia só empatou (perdeu a chance de assumir a liderança). Sábado novamente perdeu a chance de assumir a liderança ao empatar com o vice-lanterna Atlético. Aí sobrou para o técnico Anderson Batatais. O Ferrão vacilou de novo.