Os botafoguenses estão vivendo um momento iluminado. O título das Américas veio para espantar os fantasmas que o impediram de conquistar o campeonato da Série A no ano passado. Uma espécie de resgate que começou dias antes no Allianz Parque, quando ganhou do Palmeiras (1 x 3).
Uma “Estrela Solitária”. Que nada! Uma “Estrela Solidária”. Pode haver maior solidariedade do que a dos atletas botafoguenses, quando o time perdeu Gregore, expulso aos 30 segundos? Alguém invisível vestiu a camisa do Botafogo. Entrou em campo e jogou em todas as posições.
Esse alguém invisível, que levou o Botafogo ao título das Américas, tinha várias denominações: ora se chamou coragem, ora se chamou esperança, ora se chamou determinação, ora se chamou confiança, ora se chamou fé. Sim, a fé que move montanhas.
Em campo, invisíveis, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Paulo Valentim, Quarentinha e Jairzinho na pele visível de Luiz Henrique, Alex Teles, Júnior Santos, Almada, Igor Jesus e companhia. Um Botafogo transcendental. Campeão indescritível.
Expulsão da vitória
Quem poderia parar o Botafogo no Monumental de Núñez? Ninguém. É possível perceber quando forças transcendentais estão de um lado só. Viram quantas chances de gol o Atlético perdeu? Por mais paradoxal que pareça, o Botafogo ganhou o jogo quando, aos 30 segundos, Gregore foi expulso.
Pacto
Em momentos assim, há um pacto moral no qual todos resolvem redobrar os esforços para cobrir a ausência do jogador expulso. Esse pacto não é assumido por palavras ou por assinaturas. É feito pelo olhar. É feito pelo coração. De repente, no lugar de 10 em campo, o time passa a ter 20. Foi o que aconteceu.
Campeão do Brasil
Após ser aclamado campeão das Américas, vai em busca do título de campeão do Brasil. Em 2023, com treze pontos de vantagem, inexplicavelmente deixou escapar. Agora, com apenas três pontos de vantagem e um Palmeiras colado, é novamente o favorito. Não creio que o Botafogo tropeçará na mesma pedra.
Maduro
O Botafogo de hoje está mais maduro. Aprendeu com a dura lição do ano passado. A espetacular vitória (1 x 3) sobre o Palmeiras, no Allianz Parque, foi uma prova da maturidade alcançada. Não treme. Ganhou força mental. Ganhou força moral. Está com tudo para ser campeão do Brasil.
Justiça
O futebol, não raro, contraria a natureza das coisas. Mas também, não raro, faz justiça. Nada mais justo, mais legítimo, do que o Botafogo, coberto de glórias, celebrar o fim do ano de 2024. Que a apoteose vivida no Monumental de Núñez seja apenas o começo do que vai acontecer ao fim da Série A nacional. O Botafogo merece.