O Fortaleza alcançou não apenas uma vitória, mas um estado de espírito capaz de elevá-lo a conquistas bem significativas na Série A nacional. Rogério Ceni, de admirador de Sampaoli, a admirado. De discípulo a mestre. Surpreendeu na escalação e no resultado. Teve o mérito de insistir com David, quando muitos criticavam o atleta. E foi exatamente de David o primeiro recado de uma noite feliz. Louve-se mais uma vez a presença do lateral-direito Tinga. Dele o passe açucarado para David assinar seu gol e o início de um novo tempo.
A expulsão de Felipe gerou apreensões. Mais ainda quando Sacha colocou tudo igual no placar (1 x 1). Na fase final, a força tricolor de aço. A força da superação e da inteligência. Osvaldo, já na reta final, mostra mais uma vez a sua importância no trabalho ofensivo do Leão. O cruzamento sai na medida, como quem mede em milímetros o que pretende fazer com exatidão. Aí surge Bruno Melo, sem temores. E faz a conclusão que o transforma no definidor do espetáculo. Esqueceu o corte que o levou a nocaute no jogo passado. Com a coragem de quem ali está para qualquer sacrifício, ele cabeceia. Vai para o abraço. Põe o Fortaleza na frente. Leão vencedor. Com mérito derrotou o líder.
A retomada alvinegra
O momento do Ceará é delicado. Três jogos seguidos sem vitória, numa competição como a Série A nacional, proporciona aos concorrentes perigosas oportunidades de ultrapassagem. E observem que, nessas três partidas sem vitória, incluído está apenas um time grande: o Palmeiras. Houve derrota para o Bragantino e empate com o Goiás (2 x 2) em pleno Castelão.
Adversário
O Athletico-PR, adversário do Vozão hoje, tem campanha muito parecida com a do próprio Ceará. Mas o Furacão tem um jogo a menos. Isso pesa porque pode representar três pontos a mais. Esse time paranaense está na ordem direta de concorrência com o Ceará. Na rodada passada foi derrotado pelo Flamengo no Maracanã (3 x 1).
Na Baixada
O Athletico tem alguns tropeços em casa, na Arena da Baixada. Perdeu para o Palmeiras (0 x 1) e para o Fluminense (0 x 1). Empatou com o Botafogo (1 x 1) e com o Bragantino (1 x 1). Um de seus melhores resultados foi a surpreendente vitória sobre o Fortaleza, no Castelão (0 x 2). Mas deve ficar muito claro: é complicado enfrentá-lo na Baixada.
Hoje o Ceará tem o retorno de Luís Otávio e Bruno Pacheco na primeira linha de quatro. Na faixa intermediária a volta de Fernando Sobral e Vina. Certeza de boa qualidade nos dois setores. Como não atuaram no jogo passado, é possível que suportem melhor o desafio.
No Ceará, o jejum de Clebão trouxe de volta antiga inquietação. Desde a saída de Arthur, o Ceará busca um nome para ocupar o posto de ídolo que um dia já foi de Gildo, Hélio Carrasco, Sérgio Alves e Mota. Ainda aposto em Clebão. Acredito no potencial dele.