O Ceará está pronto para a decisão

O Bahia, porque em casa, tem suas vantagens, embora com estádio sem torcedores. Quer queiram, quer não, quem está em casa conhece melhor os caminhos. Sabe até onde tem uma ondulação no gramado e onde o gramado está certinho. É normal. Na Copa da Itália, 1990, eu estava com o Sérgio Pinheiro e o Carlos Fred num hotel muito bom em Turim. À noite, o saudoso companheiro Serginho fez uma colocação que nunca esqueci. Disse: "A cama aqui é boa. O colchão excelente. Mas o colchão da minha casa tem até jeitinho que eu gosto na hora de dormir". É verdade. Em casa tem o seu jeitinho. Pode não ter o luxo, mas tem a forma, os contornos, que o colchão absorve. Então o Bahia conhece melhor os atalhos. Entretanto, na Copa do Nordeste de 2015, o Ceará ganhou (0 x 1) lá, em Salvador, onde o Bahia conhecia os atalhos, e também ganhou (2 x 1) aqui, onde quem conhecia os atalhos era o Vozão. De qualquer forma, há extrema diferença entre as duas situações. Uma é casa cheia, com um público a incentivá-lo; outra, bem diferente, é o estádio duplamente vazio. Microfones abertos. Os palavrões, se ditos, serão captados de longe...

Remanescentes

No atual elenco do Ceará estão apenas três jogadores que participaram da partida final, a da conquista do título de campeão da Copa do Nordeste em 2015, com vitória (2 x 1) sobre o Bahia no Castelão: Samuel Xavier, Ricardinho e Wescley. Por sinal, Ricardinho bateu a falta que resultou no gol de Gilvan. Ricardinho também mandou uma bola na trave.

Outro

No Ceará que ganhou a Copa do Nordeste em 2015 havia um Charles, mas não o volante que hoje brilha no Vozão. O Charles foi outro zagueiro que fez um dos gols da vitória. Charles jogou no Ceará também em 2019. Hoje ele está jogando no Joinville de Santa Catarina. Também jogou pelo Fortaleza em 2013.

Sem remanescentes

Salvo engano, no elenco do Bahia, não há nenhum jogador que tenha participado da decisão do título de 2015. Pesquisei e vi que tudo mudou no time baiano. O técnico do Bahia na época era o Sérgio Soares, que teve também longa temporada aqui no comando do Ceará. O Bahia tinha como destaque Maxi Biancucchi e Kieza.

Na retomada da Copa do Nordeste, após a paralisação, o Ceará teoricamente pegou adversários mais complicados que o Bahia. Vozão ganhou do CRB (2 x 1), do Vitória (1 x 0) e do Fortaleza (1 x 0). Dois adversários bem difíceis pela tradição: Vitória e Fortaleza.

O Bahia ganhou do Náutico (4 x 1), do Botafogo/PB (3 x 1) e do Confiança (1 x 0). Pela história e tradição, o Náutico seria o mais complicado para o time do Bahia, mas terminou goleado. O Confiança foi que apresentou maior resistência: perdeu por apenas 1 a 0.