A vida é cheia de surpresas. “Feliz Ano Novo” foi o que mais ouvi nos últimos dias de dezembro de 2019, que tinha sido de muitas dificuldades, haja vista a crise na economia brasileira, já existente antes do coronavírus. O “Feliz Ano Novo” foi substituído por graves incertezas. Aliás, incertezas que ainda perduram embora numa proporção menor. Mas, em determinados casos, a paralisação não foi de todo ruim para alguns jogadores, mormente os que estavam lesionados e precisavam de um tempo maior para o processo de recuperação. Assim, o atacante Wescley, do Ceará, conseguiu superar os efeitos negativos de uma contusão que, durante bom tempo, o deixara fora da equipe. Agora ele afirma que está no ponto, pois soube aproveitar o longo tempo de “folga”, cuidando do tratamento rigoroso que precisava fazer. E fez. E deu-se bem. Hoje, dizendo-se outra vez inteiro, vai à luta. A rigor, Wescley sabe que precisa justificar o elevado valor investido pelo Ceará na sua contratação. Por mais paradoxal que pareça, se para uns o tempo de paralisação decorrente da Covid-19 foi cruel, para outros, como no caso de Wescley, trouxe um certo benefício. São os eternos contrastes da vida.
Torneio Início
Ontem fiz referência a um tipo de competição que os desportistas da nova geração não sabem do que se trata. O nome da competição: “Torneio Início”. Era realizada num único dia, envolvendo todos os times que disputariam o campeonato estadual. Começava às 14 horas e entrava pela noite. Cada jogo durava meia hora. Se empate, decisão nos pênaltis.
Desfile
Antes do primeiro jogo do Torneio Início, havia o desfile de todos os times, com seus jogadores principais. Os times ficavam na pracinha da Gentilândia. Às 14 horas, em fila, todos entravam no PV ao som da banda de música da Polícia Militar. Era uma festa. Desde cedo o estádio ficava lotado. A maioria dos jogos ia para a decisão por pênaltis.
Numa praça só
Agora, quando possível a Copa do Nordeste ser decidida numa cidade só, sede de todas as partidas, logo me veio à memória o Torneio Início. Lembrança maior quando vejo o Campeonato Cearense, já no afunilamento, podendo realizar tudo aqui na capital. Ressuscitar uma espécie de Torneio Início seria o cúmulo da cafonice, sem cabimento, mas me traria boas recordações.
Pílulas
Os tempos do Torneio Início não voltam mais. Tudo tem sua época de sucesso. Depois as coisas mudam. Hoje, o cenário é diferente. Mas observem que os desfiles, guardadas as devidas proporções, continuam nas solenidades de abertura de cada Olimpíada.
E tudo como acontecia no PV nas décadas de 1950 e 1960. Delegações com seus representantes, os próprios atletas, tendo um dos mais importantes conduzindo a bandeira de seu país. Aqui, geralmente o atleta mais importante conduzia a bandeira do clube.