Não há como agradar a gregos e troianos

Os campeonatos estaduais continuam sendo vistos de soslaio pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Aliás, pelo gosto maldito da maioria dos dirigentes do futebol nacional, os campeonatos estaduais já teriam sido sepultados há muito tempo na vala comum dos indigentes. No calendário esportivo anunciado pela CBF, de tanto apertarem, não deixaram espaço para esse tipo de competição. As federações deveriam se impor diante da CBF. A defesa dos "estaduais" tem de ser uma bandeira.

É bíblico: "Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou terá ódio a um e amará o outro; ou respeitará um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza". Numa linguagem mais popular: não há como agradar a gregos e troianos. Aliás, talvez só na arbitragem como dizia o velho e saudoso José Tosta. Não sei bem a razão pela qual me veio uma curiosidade: algum jogador grego já atuou no futebol cearense? Só mesmo o saudoso Airton Fontenele teria uma resposta na ponta da língua. Vou perguntar ao Eugênio Fonseca, que é da nova safra de gente que cuida de preservar a memória futebolística brasileira.

Presente grego

Na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, fui escalado para narrar em Boston o jogo Grécia x Nigéria. Deu vitória da Nigéria (2 x 0). Quando vi a escalação do time grego, meu Deus... Karkamanis; Alexiou, Karagiannis, Kalitzakis e Kofidis; Hantzidis, Mitropoulos (Tsiantakis), Nioplias e Tsalouchidis; Alexandris e Machlas (Dimitriadis). Não é preciso dizer mais nada.

Complicação

Pense na dificuldade para decorar os nomes dos jogadores gregos. Eu resmunguei até onde pude. Perguntei: por que não batizaram esses caras com nomes mais simples, como Platão, Pitágoras e Aristóteles; Sócrates, Demócrito e Xenofonte; Sólon, Arquimedes, Plutarco, Parmênides e Tales de Mileto? Aí sim teria sido uma boa escolha.

Todo lugar do mundo

Dizem que cearense tem em todo lugar do mundo. O cearense Mário Jardel jogou no Galatasaray da Turquia, país que faz fronteira com a Grécia, mas por time da Grécia não jogou. Juninho Quixadá jogou e fez bonito na Bulgária, país igualmente vizinho da Grécia, mas por time da Grécia também não jogou.