Dentro do padrão esperado

Até agora, neste retorno do Campeonato Cearense, as coisas estão funcionando como realmente todos esperavam. Claro que não poderia haver a mesma intensidade de antes da paralisação decorrente da pandemia. Mas, mesmo assim, o ritmo esteve acima dos prognósticos. Os jogadores renderam mais que o previsto. Talvez a vontade do retorno e o reencontro com a bola tenham motivado reações favoráveis. As goleadas estavam no script, já pela fragilidade de Barbalha e Guarany de Sobral, times improvisados. Só o Ferroviário ficou devendo. O Ferrão, em casa, não conseguiu se impor diante de um Caucaia que sofrera goleada do Atlético. Resultado: perdeu a vantagem do empate numa possível prorrogação com o Ceará pelas semifinais. Avaliação geral: o Fortaleza se mostrou mais inteiro do que os demais competidores. Isso também era previsível pela continuidade dos trabalhos com o mesmo treinador, Rogério Ceni, que tem o grupo na mão. A semifinal terá um clássico: Ceará x Ferroviário. Mas, se quiser alcançar a vaga na grande final, o Ferrão terá de jogar muito mais do que o fez diante do time do Caucaia.

Vazio

Como faz falta nos estádios uma torcida forte, vibrante, participativa. Vi no clássico mostrado pela TV Verdes Mares o esforço do narrador Antero Neto para superar a ausência do coro das vozes, ou seja, aqueles sons emitidos a todo pulmão. Sons que crescem e diminuem ao ritmo das emoções. Fica um vazio esquisito.

Aproveitamento

Que começo fulminante está tendo o garoto Yuri César no ataque do Fortaleza. Além do acolhimento, os elogios feitos pelo técnico Rogério Ceni. Uma das coisas lamentáveis decorrentes da ausência do torcedor: o atleta não ter o aplauso presente. Yuri César teria sido ovacionado anteontem se no estádio estivesse a torcida tricolor.

Um lugar

Rafael Sóbis me parece bem desconfortável na atual formação do Ceará. Já na goleada sobre o Barbalha, apesar de o time ter goleado, Sóbis não assinalou gol e não jogou bem. Guto Ferreira vai ter de examinar uma maneira adequada para Rafael Sóbis voltar a produzir o que vinha produzindo antes.

O Clássico Ceará x Ferroviário, na semifinal, tem o Alvinegro teoricamente como o favorito. O Ferrão voltou Mal após a paralisação forçada pela pandemia. Não superou o Caucaia e passou por momentos delicados no primeiro tempo. Não saiu do empate.

Ser favorito e ter a vantagem do empate na prorrogação não significa vitória certa do Ceará. O Marcelo Vilar costuma surpreender. O Ferroviário também conta com bons jogadores. O Vozão está melhor, mas pode experimentar dificuldades. É clássico.