Cuidado com a avaliação precipitada
Confira a coluna deste sábado (14)

Diz o velho provérbio que a pressa é inimiga da perfeição. Mas o que fazer quando as circunstâncias não permitirem esperar tanto? Aí tem que prevalecer o bom senso. Na música, o compositor Almir Sater diz: “Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais”.
O problema do futebol é o imediatismo das coisas. As férias começaram agora. Já no dia 18 de janeiro começa o Campeonato Cearense, com previsão de término para o dia 22 de março. A Copa do Nordeste também começa em janeiro. Então, o espaço para contratações é reduzido.
Não adianta desespero. Quem tem pressa come cru. Repito: cuidado com a avaliação precipitada. Nesta altura, quem mais deve trabalhar é o pessoal do departamento de futebol. Todo o levantamento sobre o que há disponível no mercado tem de ser feito por seus integrantes.
A cobrança é natural. Mas a voz das massas tem de ser escutada com prudência. A voz da torcida é a emoção. A voz da diretoria é a razão.
Tempo
Não gosto de analisar contratações. O currículo é uma coisa. O momento do atleta é outra coisa. Os vídeos podem mostrar a qualidade técnica do profissional. Mas os vídeos podem ser enganadores. Os vídeos não são como as cartas. Os cartomantes afirmam que as cartas não mentem jamais.
Bombas
Lembrei agora do saudoso colunista Alan Neto, brilhante profissional que deixou cravada no jornal, no rádio e na televisão a marca de seu talento. Ele, nos períodos de contratações, sempre se referia a “bombas de mil megatons”. Às vezes não passava de um traque de festas juninas.
Longe o tempo
As contratações bombásticas praticamente não existem mais. São uma raridade. O que para o futebol cearense seria uma bomba? A contratação, por exemplo, de um Gabigol. No mais, é trabalhar com a mão no cofre e o olho no mercado. Vale lembrar que, no mercado da bola, não existe pechincha.
É golpe
Cuidado com as pechinchas no futebol. Não raro, há, por trás de uma pechincha, um jogador canela de vidro. Geralmente, esses atletas dão mais prejuízo que retorno. São como sítios. Os donos têm duas felicidades: uma quando compra; outra, quando vende.
Ex-atleta
Um risco que pode ser evitado é a compra dos atletas em fim de carreira. Há os que ainda são úteis, já pela bagagem, pela experiência. Aí vai valer o profissionalismo do jogador. Há jogadores que, mesmo em fim de carreira, são de grande importância. Dimensionar o risco é responsabilidade do departamento de futebol.