Vitória do Fortaleza. Não uma vitória como outra qualquer, mas grandiosa sobre o até então líder da Série A. Ao Leão pouco importa tenha sido Thiago Galhardo poupado ou poupado meio time. Importa ao tricolor ter feito a parte que lhe cabia. Jogo equilibrado como previsto. Mas, para quem prestou atenção, um jogador parecia predestinado a um encontro solene com o êxito maior: Felipe, volante do Fortaleza. Aos 18 minutos do primeiro tempo, ele recebeu uma bola de Juninho. De imediato disparou uma bomba que passou rente ao poste esquerdo de Marcelo Lomba. Foi o aviso. Um alerta que Lomba não adicionou na sua experiência para tomar cuidado com as sobras de bola na frente da área. E exatamente por não ter assimilado o aviso, Lomba pagou caro. Na fase final, o castigo. Felipe pegou um rebote na frente da grande área. Daí saiu seu míssil Tomahawk que Lomba até hoje não sabe por onde passou. Míssil devastador. O Internacional desabou ali mesmo. Além da derrota, a perda da liderança. O Fortaleza festejou a seu modo, ou seja, um jeito simples de vencer. Uma vitória notável que fez até o comedido Rogério Ceni comemorar com gestos ostensivos, bem acima de sua tradicional discrição.
Vexame alvinegro
Quem leu as duas colunas anteriores que escrevi certamente lembrará das advertências que fiz ao Ceará sobre o Bragantino. Tinha acompanhado o jogo São Paulo 1 x 1 Bragantino no Morumbi. Placar injusto. O Braga merecia ter vencido. Foi melhor e perdeu dois pênaltis. Também encarou o Atlético no Mineirão e só perdeu (2 x 1) com um gol que sofreu aos 43’ do segundo tempo.
Desatenção
O Ceará parece ter entrado em Bragança Paulista ainda anestesiado pelas vitórias sobre o Flamengo e no Brusque, ou seja, coisas do passado. Não acordou nem quando, aos quatro minutos, sofreu o primeiro gol. Daí o desastre. Abriu a guarda. Ora, não se pode fazer isso diante de um time que tem quatro jogadores velozes como Artur, Alerrandro, Evangelista e Claudinho. Erro fatal.
Tarde demais
O Ceará agradeça aos céus o placar de 4 a 2. A rigor, pelas chances que perdeu, o Bragantino poderia ter chegado a uma goleada de sete a oito gols. Quando Guto, no intervalo, procurou corrigir a marcação, fazendo entrar Fernando Sobral e William Oliveira, era tarde demais. Um vexame que poderia ter sido evitado.
Pílulas
Nada de buscar um bode expiatório para justificar o fracasso em Bragança. Marthã, que sofreu algumas críticas, não pode ser citado como único a não corresponder. Houve um embotamento coletivo. Um time perdido no tempo, no espaço, no raciocínio e na força.
Procede o argumento do desgaste alvinegro. É válido. Tudo bem. Se havia a fadiga, mais um motivo para não se expor como se expôs. Como dar campo a um adversário mais inteiro e veloz? Foi fatal o erro de percepção e de avaliação.