A zebra e o tabu no Campeonato Cearense

Leia a coluna do Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
Legenda: O Ferroviário busca evoluir de desempenho na temporada de 2025
Foto: Lenilson Santos / Ferroviário

O certame estadual está nas quartas de final: Horizonte x Maracanã e Ferroviário x Tirol. Novidade mesmo, o Tirol. Os outros três estão vindo de outros carnavais. Dos quatro, só o Ferroviário tem títulos de campeão cearense. São nove: 1945, 1950, 1952, 1968, 1979, 1979, 1988, 1994 e 1995. 

Tem um tabu que está sendo mantido desde que o primeiro time do interior subiu para a Série A cearense: jamais um time interiorano ter sido campeão cearense (em campo). No tapetão, o Icasa tem o de 1992, decorrente da decisão administrativa que proclamou quatro campeões: Icasa, Tiradentes, Fortaleza e Ceará.  

Agora, nas quartas de final, dois times da capital e dois times da Região Metropolitana. Nenhum time do interior. Fico atônito ao ver fora da Série A times como Icasa, Guarani de Juazeiro e Guarany de Sobral. É inadmissível compreender um estadual sem essas equipes que marcaram época. 

Zebra acontecerá se o título de campeão ficar com um dos times da Região Metropolitana: Horizonte, Tirol e Maracanã. Os favoritos são Vozão e Leão. O Ferroviário corre por fora. Se for campeão não será zebra: será surpresa. 

Falhas 

Dificilmente o goleiro João Ricardo erra. É muito seguro. Para mim, foi o melhor goleiro da Série A nacional em 2024. Fez defesas notáveis. Mas, nos dois últimos jogos do Fortaleza, ele falhou duas vezes: uma no primeiro gol do Ceará no clássico e a outra vez na derrota para o Altos no Albertão. 

Não perdeu 

A vitória do Altos sobre o Fortaleza tem tudo a ver com o bom trabalho do técnico Francisco Diá, que os cearenses conhecem bem. Ele fez belo trabalho no Icasa em 2012. Também dirigiu o Ferrão em 2022. Diá elogiou Vojvoda, mas disse que em três confrontos com Vojvoda não perdeu um jogo sequer: ganhou e empatou. 

Observação 

Por um único jogo, logo o da estreia, não há como avaliar o atual momento do zagueiro David Luiz. Há que se dar o desconto. Mas cuidado: subir o time e deixá-lo no mano a mano sempre será um risco. David não tem mais velocidade para acompanhar jogadores velozes em contra-ataques. Isso já acontecia no Flamengo. 

Ao vivo 

O Ferrão volta para casa, após a derrota para o Vitória no Barradão. Concentra atenções agora no primeiro jogo das quartas de final contra o Tirol. Será sábado, às 16:30 no PV. Narrarei pela Verdinha FM-92.5 e pela TV Diário, tendo os comentários de Daniel Farias.  

Autódromo 

Lamento o fim do Autódromo Virgílio Távora, no Eusébio. Morre o automobilismo cearense que eu vi forte, máxime nas décadas de 1960 e 1970. Em 1968, disputando a Fórmula BUA, aqui esteve Emerson Fittipaldi, que depois seria bicampeão mundial de Fórmula-1 e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis. É triste.  

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