Ser treinador no Brasil é ficar exposto aos resultados. Ganhou, aí os aplausos e tapinhas no ombro. Se perder três seguidas, fica na corda bamba. Se perder quatro seguidas, cartão vermelho, de forma sumária. É assim que funciona a coisa, com raríssimas exceções.
Agora o Ceará está sob o comando do técnico Léo Condé, que já treinou o América-MG, Ipatinga, Tupi, Nova Iguaçu, Caldense, Sampaio Corrêa, Bragantino, Goiás, CRB, Botafogo-SP, Paysandu, São Bento, Novorizontino e Vitória. E foi com o Vitória que, em 2023, subiu para a Série A.
Exatamente por conhecer o caminho da ascensão, ele foi ungido pelos dirigentes alvinegros como sendo o treinador ideal diante da atual situação vivida pelo clube. É verdade que os momentos são diferentes e outros os competidores. Mas vale a bagagem que ele tem.
O treinador não obra milagres. Mas a história do futebol está cheia de resultados bem parecidos com os verdadeiros milagres. Não creio que Condé precisará de uma varinha de condão (desculpem o trocadilho). Não raro, acontece de um time se encontrar com a chegada de um novo treinador. Que assim seja, pois.
Milagreiro
Logo que o ex-técnico Vagner Mancini caiu, veio à tona o nome de Lisca (Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi). Ele, em duas passagens pelo Ceará, operou verdadeiros milagres. Tornou-se ídolo da torcida. Em 2015, salvou o Vozão de cair para a Série C. Em 2018, salvou novamente o Vozão na Série A.
Diferente
Condé não tem o estilo temperamental do Lisca. É contido. Sereno. Usa mais a razão que os impulsos. Os métodos diferem bastante. Lisca é irrequieto. Sabe jogar com a torcida. O Ceará optou por um treinador discreto. Cabeça pensante para fazer o Ceará ganhar consistência e regularidade na produção.
Santos
O primeiro desafio do treinador Léo Condé é derrotar o Santos. O jogo será amanhã, sexta-feira, no Castelão. O Santos oscilou demais. Nos três jogos recentes, ganhou do Goiás (2 x 0), empatou com o Mirassol (0 x 0) e ganhou da Chapecoense (1 x 0). Assim voltou ao G-4, ocupando a vice-liderança, com 22 pontos.
Na conta
É claro que não será possível cobrar nada de Léo Condé neste primeiro momento. O jogo da estreia é muito mais de observação. Mas há treinadores que conseguem emplacar grandes vitórias na estreia. De qualquer forma, não será possível colocar na conta do novo treinador algum tropeço.
Saudade
Fui tomado de surpresa ao saber da morte do ex-jogador Gilmário Costa, aos 55 anos de idade. Foi um jogador de excelente qualidade técnica. Meio-campista detentor de larga visão de jogo. Jogava bonito. Além disso, um ser humano de imenso coração. Um homem de Deus. Um homem bom. Que Deus o tenha. Meus pêsames à família. Resta a imensa saudade.
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