A banalização da Seleção Brasileira

Confira a coluna desta quarta-feira (13)

Legenda: A Seleção Brasileira fará dois amistosos na data FIFA, contra Guiné, no sábado (17), em Barcelona e no dia 20, em Lisboa, diante de Senegal
Foto: Joilson Marconne/CBF

Sou saudosista, sim. De carteirinha. Deixem-me cultivar, nestes meus 76 anos de idade, o apego às programações esportivas que a Canarinho tinha no passado. Era respeitada, amada e aplaudida pelos povos do mundo, principalmente os europeus. Aí, nos dias de hoje, tenho de ver amistosos que nenhum proveito poderá trazer. Fazem a Canarinho se submeter a jogos sem sentido ou qualquer significação. E assim vai perdendo a aura que a fez a única pentacampeã do mundo. 

Hoje, há um complexo de inferioridade resultante de 20 anos sem um título mundial. A Europa voltou a ser referência como eldorado do futebol. Mas eu faço questão de lembrar: o título de campeão do mundo não está na Europa. Campeã do mundo é a vizinha Argentina. Portanto, está na América do Sul. Se a Argentina conquistou o Campeonato Mundial, por que o Brasil não poderá retomar o cetro maior? Claro que pode. Entretanto, jamais alcançará novamente os píncaros da glória, caso fique a tropeçar nas mesmas pedras. Na década de 1960, a Seleção Brasileira fazia o país parar por duas horas, quando de amistosos com a Alemanha, França... Quem vai parar agora para ver amistosos sem graça, sem qualificação? 

 

Paralisação 

 

Um absurdo é você parar o Campeonato Brasileiro para a Seleção Brasileira enfrentar Guiné e Senegal. Uma Seleção Brasileira que nem treinador titular tem. Nunca vi tanta decadência como agora. Treinadores europeus esnobando. Ora, a Argentina, para ser campeã do mundo, não foi buscar Ancelotti ou Guardiola. Ganhou sob o comando de Lionel Scaloni, argentino nato. 

 

Mania boba 

 

Agora meteram na cabeça que os treinadores brasileiros estão superados. Nenhum sabe mais nada de futebol. Todos estão ultrapassados no tempo e no espaço. Só os técnicos europeus sabem tudo. De preferência, os portugueses. Primeiro foi Jorge Jesus, depois Abel Ferreira. Agora, Luís Castro. Bons treinadores, sem dúvida. Mas incensados demais. 

 

Derrota 

 

Na decisão do Mundial de Clubes, em 2019, o técnico Jorge Jesus comandou o Flamengo diante do Liverpool. O time inglês venceu por 1 a 0. Ficou a frustração para a torcida rubro-negra. Em 2020, no Mundial de Clubes, o técnico Abel Ferreira comandou o Palmeiras diante do Tigres, do México, na semifinal. O Palmeiras perdeu o jogo por 1 a 0. E terminou em quarto lugar. Frustração total. 

 

De novo 

 

Em 2022, o técnico Abel Ferreira voltou a comandar o Palmeiras no Mundial de Clubes. Perdeu por 2 a 1 a decisão para o Chelsea. Desta vez ficou com o título de vice-campeão. Mais uma vez amargou a frustração. Síntese: nas três decisões do Mundial de Clube que disputaram, Jorge Jesus perdeu uma e Abel Ferreira perdeu duas.  

 

Méritos 

 

De qualquer maneira, Jorge Jesus e Abel Ferreira levaram suas equipes ao Mundial de Clubes. Jesus uma vez, com o Flamengo, quando perdeu para o Liverpool, sendo vice-campeão. Abel, duas vezes. Na primeira, ficou apenas em quarto lugar. Uma vergonha. Na segunda vez, foi vice-campeão, perdendo para o Chelsea. Restaram frustrações.  

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