Garanto para você que se ficar com o pensamento muito focado numa coisa, o universo dá uma força para realizar. Agora, a intensidade que ele manda, você tem que estar preparada! Reconhece, agradece, recebe e vai em frente!
Outro dia conheci três pessoinhas, muito bonitinhas, que chegaram na minha casa. Era um domingo, final da tarde e a nova turma da minha prima entrava na sala da minha casa para encher de alegria e animação.
Dália, Liz e Titus. 10, 8 e 6 anos de idade. Filhos do noivo viúvo e amigo de infância da minha prima que se reencontraram no final do ano passado.
O sonho dela era constituir uma família e ter muitos filhos. Pediu tanto para o universo que veio tudo de uma vez: bem completinho!
Voltando para as crianças, assim que chegaram, percebi três personalidades completamente diferentes.
A mais velha, cumprimentou-me, educadamente, estendendo o braço com as mãos de soquinhos. A do meio, em distanciamento regulamentar, enviou um leve e tímido sorriso, com um tchauzinho quase no rosto. O menor, jeitoso e sapeca, veio correndo e deu aquele abração.
Cada um foi se sentando onde queria. A Dália, 10, veio acomodar-se com a gente em volta da mesa e aceitou todos os mimos deliciosos que ofereci. A Liz, mais na dela, ficou de longe, usando o celular com o “olho no peixe e outro no gato”. Já o Titus, como era de se esperar, interagia com todo mundo daquele ambiente.
Por falar em ambiente, as janelas estavam bem abertas. Éramos 12 pessoas no total, entre crianças, jovens e adultos.
De repente, a Liz, de 8 anos, senta-se no colo da minha prima e solta uma pergunta desafiadora:
- Vocês sabiam que sapato de salto foi feito para homens?
Todas nos olhamos. Ela ficou toda se sentindo empoderada. Porém, aceitei o desafio e respondi:
- Sabia! Foram feitos para o rei Luís XV, da França, porque era baixinho e não queria ser menor que ninguém!
Ela arregalou os olhos, mudou de lugar e sentou-se do meu lado.
Enquanto isso, o irmão balançava-se na rede e, a irmã mais velha, orientava para não fazer bagunça.
Começamos alinhar o papo.
- Que geração você é? Perguntei.
- Alfa. Liz, respondeu, baixinho.
- Ensina para mim o que a alfa faz! Pedi, com toda humildade.
- Ah, eu uso um teclado todo codificado, “tá” vendo? Edito textos. Outro dia, chupei um picolé e guardei o cabo porque tinha uma frase que gostei muito. Disse ela, em sequencias aleatórias, afinal, ela só tem 8 anos.
- E qual foi a frase? Indaguei.
- Ser diferente é que faz ser o diferencial. Respondeu.
- E o que você pensa sobre isso? Continuei, porque sou tão curiosa quanto ela.
- Qual é a sua geração? Ela perguntou, desconversando.
- Ageless. Sou daquelas que me sinto atemporal e consigo alcançar você sem problema algum. É só uma questão de adaptação, entende?
Ela balançou a cabeça e começamos a trocar ideias sobre edição de vídeos e tal. Amizade nivelada.
O pai e a “boadrasta” convocaram os três para despedirem-se de nós quando, ainda, o Titus, bem agitado, corria dando abraços e beijos em todos.
A cena mais linda e inesquecível para mim foi ver as duas irmãs, Dália e Liz, 10 e 8 anos, juntinha no hall do nosso andar, ao se despedirem de mim, a primeira disse:
- Tia, a gente gostaria de agradecer muito por ter nos recebido e pedir desculpas, porque o Titus fez muitas danações na sua casa.
Imediatamente, baixei-me até a estatura delas e disse:
- Olha, eu me baixei para ficar da altura de vocês, porque eu achei feio o que o Luis XV fez naquele tempo, quando queria ser maior que todo mundo e achava que um salto resolveria. Somos todas iguais e hoje, foi um dia muito especial: aprendi com vocês que ser diferente é que faz a diferença, né? Então? Gostei de você, Dália, porque sabe ser agradável com as pessoas; Liz, por ser essa menina questionadora e, o Titus, por ser cheio de vida! Vocês foram o diferencial do nosso domingo.
Elas olharam-se e voltaram para mim com um tímido sorriso.
Eu, despedi-me delas, fazendo o símbolo do coração da geração alfa só que na versão ageless, guardando na alma aquele retalho de momento. E elas saíram correndo como meninas de 10 e 8 anos fazem.
Perceba os retalhos do seu caminho e jogue só pensamentos bons para que o universo te devolva em bençãos como fez para a minha prima!
Dominguemos, amém!