Dói ser gente grande?

Sempre quis ser gente grande e, quando chegou a agora, descobrir que além de alegrias, a realização desse desejo trazia suas dores

Sempre quis ser gente grande. Pode perguntar para qualquer pessoa da minha família. Era daquelas crianças que queria ouvir as conversas dos adultos e detestava quando havia assuntos que não podia escutar. Queria dar minha opinião, ser independente, pegar meu carro e fazer o que queria, do jeito que quisesse. Bem dona de si, sabe?

Desde que me entendo como gente, tenho a consciência que conhecimento e trabalho são os meios para realizar os meus objetivos – associados, claro, com aquela tal força de vontade. Trabalhar é dignificante, realizador. Pelo meu trabalho, tenho respeito e muito compromisso. Gosto de verdade.

Não tem nada melhor no mundo que conquistar algo na vida e ser fruto do seu empenho, da sua luta diária e do seu trabalho. Tem um valor inestimável.

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Lembro tanto de como conseguir comprar meu primeiro carro: paguei por 50 meses um consórcio. Fui sorteada na quadragésima sétima prestação. Por um tempo, paguei as parcelas do veículo com minha “bolsa” recebida pelo estágio na Justiça Federal e, por outro, com as exibições em comerciais de TV que garantiram o restante da quitação. Valeu demais receber meu Corsa Sedan prata, novinho, na loja.

Outra coisa que o trabalho me ajudou foi diluir no momento de dor.

Porém, o trabalho, às vezes, dói, machuca, exige, pode ser injusto, porque, como sempre, em tudo na vida, existem dois lados da moeda: vivemos nessa instabilidade dos opostos. Afinal, quem quer ser grande não é tão simples como parece.

Ser grande é renunciar a lugares querendo estar, afastar-se de pessoas querendo estar perto, enfrentar verdades olhando no olho, mas, tudo isso buscando um processo de crescimento.

É, gente, crescer dói mesmo, mas essa dor é fundamental para a cura.

Procure ser grande, o quanto puder ser. Isso não é perda de tempo. Acredite: é ganho de vida!

Dominguemos, amém!



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