Mesmo vivendo mais um ano de pandemia, considerando a crise no mercado global, os portos cearenses registram um crescimento de quase 30% na movimentação de cargas em 2021. A informação foi divulgada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) a partir de um novo sistema de balanço de dados, o Estatístico Aquaviário.
Apesar do resultado positivo, puxado pelo Porto Pecém, o tamanho do crescimento deve ser ainda maior, já que os dados foram contestados pela administração do terminal em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Fortaleza.
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Contudo, segundo os dados da Antaq, a alta na movimentação foi puxada pelo Porto do Pecém, que registou crescimento de 37,62% no fluxo de carga em 2021. Ao todo, o terminal movimentou 21,874 milhões de toneladas durante o ano passado.
Em contrapartida, o Porto de Fortaleza, no Mucuripe, teve uma queda de 2,21% na movimentação, somando 4,835 milhões de toneladas. Somados, os dois portos tiveram uma movimentação de 26,709 milhões de toneladas, o que representa alta de 28,17% ante 2020, quando foram registradas 20,839 milhões de toneladas.
A plataforma da Antaq ainda aponta que a cabotagem (movimentação marítima entre portos de um mesmo país) foi a movimentação mais utilizada pelos terminais no Ceará, com mais de 14,072 milhões de toneladas (52,7%) do total. Esse volume ainda indica uma alta de 30,46% em relação ao ano de 2020.
Já a navegação de longo curso, no Ceará, somou 12,637 milhões de toneladas (47,3%) em 2021, indicando alta de 25,72% ante 2021.
No Pecém, a maior quantidade de carga movimentada faz parte dos grupos de combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais, com 7,894 milhões de toneladas em 2021. O segmento mais do que dobrou em relação a 2020, com uma alta de 120,24%.
O ranking de movimentação no Pecém segue com contêineres, com 5,376 milhões de toneladas (alta de 12,42%); minérios, escórias e cinzas, com 4,686 milhões de toneladas (alta de 8,28%); ferro fundido, ferro e aço, com 3,761 milhões de toneladas (alta de 23,09%).
Já no Mucuripe, os destaques de movimentação de cargas ficou para o petróleo e derivados, com 1,438 milhões de toneladas (alta de 10,23%). Já o trigo, segundo principal produto com 1,123 milhões de toneladas movimentadas, teve queda de 6,54% em 2021.
Já os contêineres, com 545 mil toneladas, tiveram alta de 16,54%. O ranking segue com cimento, com 355 mil toneladas (alta de 58,83%).
Apesar dos números positivos, a administração do Porto do Pecém informou que questionou os dados da Antaq, afirmando ter registrado uma maior movimentação de carga em 2021.
Com a confirmação de um dado ainda maior do que o apresentado pela Antaq, o crescimento no fluxo de carga nos portos do Ceará deve ser ainda maior.
"O Complexo do Pecém, responsável pela gestão do terminal portuário do Pecém, informa que aguarda posição da Antaq sobre o pedido feito a agência para retificação dos números relativos à movimentação de cargas no Porto do Pecém em 2021, divulgados nesta quarta-feira (02)", disse a administração do Complexo do Pecém em nota.
Com o resultado do ano passado, segundo a Antaq, o Porto Pecém apareceu como quarto principal terminal no Nordeste em relação à movimentação de cargas em 2021. O empreendimento em São Gonçalo foi superado apenas pelos portos da Ponta da Madeira (MA), Itaqui (MA), e Suape (PE).