O que aconteceu em Barbalha hoje lembra o que aconteceu no Crato em 2011, quando o canal que também cruza a cidade transbordou, causando prejuízo, deixando moradores sem teto e um trauma que perdura até hoje.
Barbalha, assim como o Crato, tem rios canalizados, sem espaço de várzea, atravessando bairros. Quando a enchente ocorre, não há mata que defenda as margens, não há espaço o bastante para a água. O resultado é o alagamento.
Pode ser essa a explicação, que ainda está sendo avaliada. Afinal, em janeiro de 2011, a chuva registrada no Crato foi de 162 mm. Já, nas últimas horas, em Barbalha, foram registrados 50 mm pela Funceme, número que ainda deve ser atualizado. Meteorologistas devem ter uma explicação.
Calamidade pública
O fato é que o prefeito de Barbalha, Guilherme Saraiva (PDT), decretou estado de calamidade pública no município do Cariri, depois que moradores de pelo menos 4 bairros tiveram casas invadidas pela água: Centro, Cirolândia, Conjunto Nossa Senhora de Fátima, Santo André.
Ainda não se sabe se há pessoas desalojadas. Bombeiros do Cariri estão percorrendo a cidade e há promessa de reforço de equipes vindas de outros municípios.
Por que somente em Barbalha?
Além de levar desespero para os moradores dessas comunidades, as cenas de ruas e avenidas alagadas, com carros submersos, assustaram e intrigaram a população da região. Apesar de ter chovido em municípios vizinhos, como Juazeiro do Norte e Crato, por que somente em Barbalha o alagamento aconteceu? Foi uma chuva abundante e localizada? Houve rompimento de pequenas represas na Chapada do Araripe?
O prefeito afirmou que a chuva foi durante toda a noite e caiu principalmente sobre a Chapada. Barbalha é uma cidade construída no pé de serra. Os rios que brotam na altitude descem com velocidade. E, como dito, há a questão da falta de várzea. Sem planejamento que respeite o espaço da natureza, toda vez que a chuva é abundante, a água cobra o espaço e sempre vence.