Ao adotar um gato, o tutor precisa se atentar para duas doenças silenciosas que podem afetar o sistema imunológico dos felinos: o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e o Vírus da Leucemia Felina (FeLV).
Segundo a médica veterinária Camila Pontes, especialista em Medicina felina, as doenças persistem durante toda a vida do animal, mesmo após a contaminação. "São duas doenças causadas por vírus que, uma vez infectado, o animal não tem como ser curado".
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Saiba mais detalhes sobre as duas doenças, sintomas, tratamentos e formas de prevenção.
A FIV é uma doença que compromete o sistema imune do gato de forma parecida com o que o vírus HIV faz com seres humanos. Esse vírus pode ser transmitido de um gato para outro durante o parto, na amamentação, em brigas, no acasalamento e pelo contato com sangue e urina. "Os gatinhos positivos são imunossuprimidos, ou seja, são animais mais predispostos a algumas infecções", explica a especialista Camila Pontes.
Em relação ao FIV, há uma expectativa de vida maior do animal, mas ele também começa a manifestar alguns sintomas que podem ser doenças renais muito precoces e também alterações na boca.
Já a FeLV também é causada por um vírus que pode ser transmitido por meio de secreções como saliva, fezes, leite e urina de gatos infectados. Como a FeLV é muito mais agressiva que a FIV, a expectativa de vida dos animais é mais curta. Segundo Camila, os animais positivados manifestam sintomas e acabam apresentando linfomas ou anemias, sendo necessária transfusão de sangue.
As duas doenças podem não ter sintomas específicos. Mas, os principais são:
"O ideal é que a gente teste todos os gatos", explica Camila. Ela destaca ainda que existe um teste rápido que é possível fazer no momento atendimento.
"Existe só uma pequena coleta de sangue, como se fosse fazer um hemograma. Então, é coletado um pouquinho de sangue e a gente faz esse teste rápido com resultado em dez minutinhos. É um teste de triagem pra saber se esse animal é positivo ou negativo. No consultório já conseguimos. Falamos que é um teste de triagem porque em outros momentos da vida pode ser necessário retestar esse animal"
O ideal é que o gato seja acompanhado por um veterinário especialista em medicina felina. "Esse profissional vai acompanhar da melhor forma e orientar os cuidados com aquele gato, desses distúrbios que acabam acontecendo", diz Camila.
Conforme a especialista, é importante não deixar o gato sair pra rua, principalmente, se não for castrado. "A ausência de castração leva a um descontrole populacional, o grande cenário que a gente tem hoje é de uma superpopulação de gatos e a persistência de doenças infecciosas nessa superpopulação. É preciso ter uma adoção responsável e os tutores cientes de doenças como essas".
O tutor precisa estar atento ao calendário vacinal do seu animal. Mas, infelizmente, ainda vacinado, é possível ser acometido pela doença. Por isso, é importante evitar contato com outros gatos.
Os felinos positivos para FeLV devem ser isolados, para evitar transmissão, e os positivos para FIV até conseguem viver junto com outros gatos, desde que não briguem ou acasalem com outros gatos. Em relação a vacinação contra a FIV, ainda não há no Brasil.
Os animais precisam de uma boa alimentação. No caso dos gatos, a indicação da veterinária Camila Pontes, são as rações super premium e os sachês diariamente. "O gato tem origem desértica, não é natural ele procurar água. O ideal é que ele coma sachês todos os dias para que consuma a água que vem no alimento. E isso mantém a saúde do gato porque ele precisa dessa fonte de água", orienta.
Infelizmente, não existe um tratamento de cura para essas doenças. O tratamento feito é direto nos sintomas apresentados pelo paciente. "São duas doenças virais que não têm cura, são esses vírus que atingem a medula óssea e pra gente conseguir a cura precisaria matar as células da medula óssea, então, impossível", explica Camila.