O primeiro ano de um filho envolve mais que um ano

Foto: Arquivo pessoal

Liberamos?

Qual hora certa?

Meu Deus, e agora?

Por que fiz isso?

É pra sempre?

Quando nasce, doutor?

Me indica sua cadeira de amamentação?

Meu peito vai parar de doer?

Algum dia você vai dormir, meu amor?

Já acordou?

Gostou da banana?

Será dor de dente?

Essa febre não baixa?

Como posso te amar tanto?

Vamo brincar?

Mã mã?

Fica comigo pra sempre?

Veja também

Um ano de um filho envolve tão mais que um ano. É como se ninguém tivesse vivido qualquer ano da vida tão intensamente. Mesmo que tenha conseguido o trabalho dos sonhos, conhecido a muralha da China, ido à lua. Nenhum é tão intenso quanto o primeiro ano. Tantos primeiros anos virão. De outras épocas, de outros filhos. E quando é o primeiro filho... O primeiro ano dos primeiros. Que perguntamos muito e não sabemos ainda responder. É a própria vivência que nos traz as respostas. E o primeiro ano vem com muitas delas.

Se eu tivesse que resumir o primeiro ano da vida de um filho seria assim: dor e acalento, perguntas e respostas, angústia e extrema alegria. Opostos, praticamente complementares. Só o que não é proporcional na conta é o amor. Esmagador e extremamente desproporcional a qualquer outro sentimento, questionamento ou resposta.

Depois de um ano, mesmo ainda com tantas perguntas – que talvez durem pra sempre – já temos muitas respostas.

Vai passar.

Te amo tanto.

A mamãe tá aqui.

Fala pa...pai.

Isso não pode.

O au au.

Dói te ver chorar

Ô sorriso lindo

Já sentou!

Se tomar o remedinho vai melhorar.

Dou minha vida por ti.

Te amo demais, Manuela.

 

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora