Ouvi a vida inteira: humanos são muito falhos. De fato, nossa humanidade grita pelo novo, pela paixão, pela ardência. Nós humanos cansamos, brigamos, nos acomodamos durante inúmeras fases de toda a nossa estrutura: profissional, emocional, familiar. Como não cresci vendo relacionamentos necessariamente equilibrados, sempre busquei acreditar, concretamente, que poderia se viver além das paixões e do prazer. Que as relações poderiam agregar e não só ferir.
E eu, que sempre fui um belo exemplar de mulher apaixonada, queria meu terreno, no fundo. Dentre pessoas que passaram pela minha vida, em uma das minhas buscas espirituais já que nossa humanidade sempre gritará pelo prazer por prazer (não tem jeito), ouvi alguém dizer: amar é uma decisão. E é verdade. Não é um sentimento. É muito mais: é escolha.
Mesmo quando o momento não é o melhor ou quando é cansativo, quando a pessoa não é a mais tão legal desde a época da paixão, ela ainda é minha escolha. Aqui estamos falando de escolha de mão dupla (então excluo as possibilidades de um relacionamento de abuso de qualquer das partes).
Aqui ficarei devendo o autor mas há uma frase que diz: Somos verdadeiramente livres quando temos a capacidade de escolher. Ter a capacidade de fazer uma escolha com todos os seus custos, nos torna extremamente livres, de fato. É difícil, é muito além de nós mesmos, sou eu e o outro. Juntos. O bendito do pensamento coletivo. O amor definitivamente não é construído puramente de sentimentos. Não é muito fácil, de fato. Mas assim, encontro minha maneira de construir algo.
Assinado: uma pessoa impulsiva que resolveu construir sua base quando tanto queria mas não sabia como fazer.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.