A Liga das Nações (VNL) representa para o calendário do vôlei nacional, este ano, a última oportunidade de avaliação e preparação dos atletas, antes da principal disputa de 2021: as Olimpíadas. Independente do resultado, o que está em jogo é a definição de quem está em melhores condições para representar o Brasil em Tóquio.
Claro que vencer é sempre bom, mas garantir o alto nível para conquistar uma medalha na competição que estar por vir, é ainda melhor.
Buscando chegar ao ideal do que seria o time principal, após 16 partidas, a seleção feminina conseguiu também a vaga na final e volta a encarar aquela que é tida como uma das favoritas ao título olímpico: a equipe dos Estados Unidos, assim como foi na última edição disputada, em 2019. Desbancar, nesta sexta-feira (25), o único campeão da VNL (foram duas edições) é bônus, o grande objetivo do grupo está logo mais à frente, nos Jogos que começam em menos de um mês.
Cerca de um mês também é o tempo que as atletas estão vivendo em um esquema de bolha. As 18 jogadoras da seleção brasileira de vôlei e a comissão técnica chegaram em Rimini, na Itália, em 21 de maio e, desde então, vivem uma rotina de jogos, treinos e descanso em um hotel, podendo no máximo ir à praia exclusiva que fica na frente do local onde estão hospedadas.
Tudo isso para garantir a segurança sanitária e evitar contaminações pelo coronavírus. Atletas e comissão, inclusive, são testadas para detecção do vírus, a cada 4 dias.
Seleção Masculina também disputa a fase final da VNL
O Brasil tem um clássico pela frente, contra a França pela semifinal da Liga das Nações, no próximo sábado (26). O duelo, que tem sido um dos principais do mundo nos últimos anos, não terminou bem para os nossos representantes na fase de classificação. A disputa da outra semifinal será entre Polônia e Eslovênia.
Os jogos de vôlei em Tóquio 2020 começam em 23 de julho. Para os homens é a manutenção do título e busca pelo quarto ouro olímpico e quinta final consecutiva. Já para as mulheres é o desfecho do trabalho do multicampeão José Roberto Guimarães e um divisor de gerações para as atletas que defendem o Brasil.
Entrevista: veterana é trunfo do Brasil no meio de rede
Entre as que devem dar adeus à seleção após os Jogos está a veterana Carol Gattaz. Aos 39 anos, ela está de volta à equipe após oito anos. A lista oficial das convocadas para as Olimpíadas ainda não saiu, mas Carol, pelo desempenho que vem apresentando, tem vaga praticamente garantida no meio de rede.
Sobre o retorno ao grupo para a disputa da VNL, ela destaca:“É muita honra, é como se fosse a primeira vez, parece que é tudo novo. Mas ao mesmo tempo, já ficando com saudade, porque eu sei que vai ser uma das últimas competições que eu vou disputar”.
Das 18 que estão na Itália, apenas 12 representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos. Carol sabe bem o que é estar bem perto do sonho olímpico e ver a oportunidade não se concretizar. Ela já foi cortada duas vezes, em 2004, antes de Atenas e em 2008, ficou de fora do grupo que conquistaria o primeiro ouro olímpico do vôlei feminino.
E agora, dias antes definição, aguarda um desfecho mais alegre: “As expectativas cada dia aumentam mais, a ansiedade vem chegando [..]é um momento feliz pra umas, triste pra outras, eu já passei por isso duas vezes. Mas tenho certeza que a comissão vai fazer a melhor escolha para representar o País."
Após as decisões da Liga das Nações, as comissões devem divulgar as listas dos atletas que vão para os Jogos. Um misto de sentimentos e a torcida para que o Brasil, que também é o País do vôlei, volte ao lugar mais alto do pódio olímpico.