A menos de um ano dos Jogos de Tóquio, corrida olímpica deve dar um toque a mais à Superliga, que concentra maior parte dos atletas disputando vaga nas seleções brasileiras
A temporada 2020/21 de vôlei começou sem grandes surpresas em relação aos campeões estaduais. Osasco, Sesc/Flamengo, Minas e Cruzeiro chegaram ao topo em seus estados, nada muito longe do convencional. Apenas o Campinas surpreendeu e derrotou duas vezes o então heptacampeão Taubaté, conquistando o título paulista. Com os atletas ainda entrando em ritmo, após mais de seis meses longe das quadras, não se podia exigir grandes atuações e todo o processo de retomada impactou na qualidade de boa parte dos jogos. Tandara, oposto do Osasco, pode ser considerada a exceção. Com atuações impecáveis, em dois jogos decididos no tie-break, levou o time ao título paulista.
A primeira competição nacional, o Super Vôlei, foi vitrine e reuniu os oito primeiros colocados da última edição da Superliga. Em jogo, um título inexpressivo, já que ao vencedor não haveria garantias (apesar disso, a eliminação do campeonato foi o estopim para a demissão de Anderson Rodrigues do comando do Sesi Bauru. Rubinho será o novo técnico da equipe), mas em quadra, isso pouco pareceu importar e o que se viu foi a entrega dos atletas em busca do primeiro lugar e de algo a mais que deve ser um grande motivador da temporada: mostrar serviço em busca da vaga olímpica.
Pelo masculino, Taubaté e Cruzeiro fizeram a final e o time de São Paulo levou a melhor. O equilíbrio que se viu dentro de quadra, não refletiu no placar de 3 x 0. Os dois times com maiores investimentos do ano na modalidade disputaram outra final em menos de uma semana, com mais uma vitória do Taubaté, dessa vez por 3 x 2. Os dois clubes possuem vários jogadores que sonham com a vaga olímpica, alguns com experiência consolidada na seleção, como os cinco campeões olímpicos do Taubaté: Bruninho, Douglas Souza, Lucão, Maurício Souza e Maurício Borges. Além de Isac, Alan e Cachopa, do Cruzeiro, com passagens.
Na disputa entre as mulheres, o Praia Clube, comandado por Fernanda Garay, não deu chances ao Sesc/Flamengo. Um 3 x 0 convincente. Reflexos de um elenco consolidado, com jogadoras que figuram na disputa olímpica, além de Garay, Suellen, Michelle e Monique podem aparecer na lista das convocadas. Contra um projeto tradicional, mas que passa por adequações e mescla atletas experientes, como a levantadora Fabíola e jovens como Drussyla, Lorenne e a novidade Ana Cristina, de apenas 16 anos, traz boas perspectivas ao futuro da seleção brasileira. Os times se encontram mais uma vez na próxima sexta-feira (6), pela disputa da Supercopa.
Nos dois naipes, feminino e masculino, há várias indefinições e lacunas em praticamente todas as posições. A Superliga, iniciada no último final de semana, poderá sanar muitas dúvidas de José Roberto Guimarães (técnico da seleção feminina) e Renan Dal Zotto (técnico da masculina). A temporada promete e a prévia acompanhada nas últimas partidas pôde ser garantia do que virá até as convocações.