Cearense classificada para Olimpíadas avalia retomada de competições durante a pandemia

Rebecca, que faz dupla com Ana Patrícia, no vôlei de praia, é uma das representantes do estado nos Jogos Olímpicos. Experiência em "bolha" tem sido positiva, segundo a atleta

Legenda: Vôlei de praia cearense segue entre os melhores do mundo. Rebecca Silva foi quadrifinalista em Tóquio 2020
Foto: Wander Roberto / Inovafoto

Há um ano, quem imaginaria uma competição de vôlei de praia, tradicionalmente marcada pelo calor das areias e da torcida, em um espaço praticamente vazio? A cearense classificada para Tóquio 2020, Rebecca Silva, dá detalhes de protocolos seguidos para garantir a retomada da modalidade desde o segundo semestre do ano passado.

“Fazemos testes na semana anterior à competição e na entrada em Saquarema repetimos. Assim, a gente fica prevenida sobre o período assintomática também. Já nos acostumamos com isso e está funcionando.” 

Das nove etapas previstas do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 20/21,sete já foram realizadas. A mais recente foi concluída no último domingo (21), quando Ana Patrícia e Rebecca ficaram com o 2º lugar, ao perder na final para a outra dupla olímpica do Brasil, Ágatha e Duda. 

Além de todos os protocolos de uma competição no formato de "bolha", os atletas que continuam em disputas durante a pandemia ainda precisaram se adaptar a uma nova rotina. Álcool em gel, máscaras, além do distanciamento, são cuidados presentes no dia a dia. Diante de todas as restrições impostas, Rebecca avalia a principal delas: a falta da torcida nos jogos.

“Sem dúvida a principal diferença é a falta de público. No vôlei de praia temos a torcida muito próxima da gente e é muito legal e importante essa interação. Perdemos isso nesse momento, mas todo mundo entende a necessidade.”

Por enquanto, calor mesmo, só do clima litorâneo do Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), em Saquarema, no Rio de Janeiro, onde têm sido disputadas as etapas em "bolha" do circuito. Lá os atletas e comissões entram no início das disputas e só saem do complexo depois delas, não tendo contato com o mundo externo durante o período de jogos.

Ana Patrícia e Rebecca
Legenda: Ana Patrícia e Rebecca ficaram com a prata na 7ª etapa do Circuito Brasileiro
Foto: Wander Roberto / Inovafoto

Competir neste novo formado tem sido alternativa em quadra brasileira. Já muitas disputas internacionais deixaram de acontecer, não apenas no vôlei de praia, mas em várias modalidades. Com isso, por mais treinamentos que ocorram, não é possível ter a real noção do nível competitivo dos atletas.

No próximo mês, Ana Patrícia e Rebecca disputarão a primeira competição fora do país, durante a pandemia. A dupla vai ao Catar, onde será realizada uma etapa do Circuito Mundial. A atleta cearense reconhece a falta que as disputas internacionais fazem, mas ressalta a competitividade que tem sido registrada no circuito nacional. “O Circuito Brasileiro sempre foi muito forte, continua sendo e estamos aproveitando cada  oportunidade da melhor forma que podemos.” 

Faltando cinco meses exatos para a data prevista para início das Olimpíadas, em 23 de julho, não se sabe exatamente em que formato ocorrerão os Jogos. Devido ao atual cenário epidemiológico da pandemia do coronavírus, a probabilidade de que não seja com público é grande. 

Pela primeira vez na disputa, que é sonho de todos os atletas, Rebecca está na expectativa para esse momento, apesar das indefinições que rondam a realização: “A gente torce muito para que os Jogos aconteçam, mas de que forma isso vai ser feito, só o Comitê organizador pode dizer. Claro que o ideal seria ter as arquibancadas lotadas, o público vibrando, mas sabemos que a prioridade hoje é que todos estejam em segurança e sem aglomeração.”