A uma semana para início do Vôlei nas Olimpíadas, bicampeã Fabiana Claudino conta experiência

Fora dos Jogos pela escolha de ser mãe, Fabiana relembra edições marcantes

Legenda: Fabiana está entre as seis atletas do vôlei que conquistaram duas medalhas de ouro em Olimpíadas
Foto: FIVB

Aos 36 anos, disputar a quinta Olimpíada não seria inviável. Fabiana Claudino, facilmente, estaria em Tóquio, caso os Jogos não tivessem sido adiados do ano passado para este. A incerteza da realização e o sonho antigo de ser mãe fizeram a jogadora de vôlei abrir mão de disputar mais uma edição em prol da maternidade.

No último mês de abril, ‘Fabi’ deu à luz a Asaf, fruto do casamento com o cantor Vinícius de Paula. Entre altos e baixos, a experiência olímpica é algo que ficou nas lembranças. Algumas, a meio de rede contou em entrevista para a coluna. 

Fabi e Asaf
Legenda: Fabiana e o filho Asaf
Foto: Reprodução/Instagram

A seleção feminina chega a Tóquio como candidata à surpresa. Sem o favoritismo de anos anteriores, talvez seja possível classificá-la entre as cinco forças mundiais junto com Estados Unidos, China, Itália e Sérvia.

Sobre os dois cenários possíveis de chegar à competição, Fabiana comenta:

“Sem o favoritismo, claro que não tem aquele peso de precisar ganhar e todos esperarem isso de você. Chegar favorita, além da responsabilidade, faz com que os adversários estejam mais preocupados e estudem mais você”.

Na primeira Olimpíada que disputou, Fabiana era reserva. A marca de eliminação traumática para a Rússia, na semifinal , ficou. Chegar na edição seguinte, em Pequim, tinha um peso diferente: “Era o peso da marca de chegar em finais e não levar. Éramos as amarelonas. Era muito difícil tudo aquilo.” 

E o peso pareceu não ter reflexo para as atletas. O primeiro ouro veio em uma campanha quase irretocável. O bicampeonato teve um percurso mais árduo, mas para Fabiana é difícil escolher qual foi mais marcante. 

A eliminação, em casa, diante da China, nas quartas de final da Rio 2016, não sai da memória de quem ama o vôlei e com certeza também não da ex-capitã da seleção: “Estávamos muito felizes em estar diante da nossa torcida. Então perder ali também foi dolorido demais.”  

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Viver a Olimpíada e tudo que ela agrega é, além de marco na carreira esportiva, sonho pessoal. Conviver com ídolos, trocar experiência, assistir a diversas modalidades... Quase nada disso, será possível por conta da série de restrições impostas devido ao cenário da pandemia do coronavírus no Japão.

Ainda assim, Fabiana afirma que a experiência olímpica será indescrítivel para os atletas que terão a oportunidade: "[...] uma coisa que eu amava em Jogos Olímpicos, era a interação da vila dos atletas. Esse ambiente plural, interessante e onde conheci ou convivi com ídolos! Eu conheci e conversei com Kobe Bryant! É algo que te marca muito. Os ginásios cheios é outra coisa que marca muito. [...] Serão Jogos diferentes, mas continuam sendo Jogos Olímpicos, então o gosto será o mesmo!” 

Olimpíadas mais iguais entre homens e mulheres? 

Em números, a quantidade de representantes brasileiros é quase igual, quando comparamos gêneros: 161 homens (53,5%) e 140 mulheres (46,5%). 

Apesar disso, a diferença proporcional já foi menor. Em Atenas 2004, foram 125 homens e 122 mulheres. As edições seguintes, em Pequim e Londres, também tiveram mais mulheres proporcionalmente do que agora.

No Rio, a quantidade de mulheres foi maior, 205, mas também o número geral, com 465 atletas, o que tornou a proporção menor, sendo a delegação feminina 44,09% do total. 

Em Tóquio, o discurso da igualdade de gênero deve ser colocado um pouco mais em prática. Na abertura, dois atletas, dois técnicos e dois juízes, uma mulher e um homem, em cada. Em edições anteriores, só homens faziam o juramento, que também teve o conteúdo alterado para inclusão da palavra “igualdade”.