Unificar a base no ano eleitoral: os desafios do novo líder do prefeito José Sarto na Câmara

Iraguassú Filho substitui Carlos Mesquita, criticado por polêmicas vazias e pouca articulação

Legenda: Iraguassu já tem experiência em cargos no Executivo, mas assume maior desafio no Legislativo
Foto: Érica Fonseca/CMFor

O vereador Iraguassú Teixeira Filho (PDT) assumiu recentemente a responsabilidade de liderar a base do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza. Em seu segundo mandato como vereador, enfrenta agora o maior desafio legislativo desde a eleição, com uma tarefa nada simples.

Às vésperas de um ano eleitoral, o parlamentar tem a missão de tentar ajudar o prefeito a organizar a base com vistas à campanha à reeleição. Nesse contexto, sua atuação no Poder Legislativo poderá se tornar estratégica para as pretensões do PDT.

Conhecido por sua discrição e por evitar polêmicas, Iraguassú possui um perfil diferente de Carlos Mesquita (PDT) e mais alinhado ao de Gardel Rolim, o líder anterior de Sarto no início da gestão, que deixou o cargo para assumir a Presidência do Poder.

Mesquita, por outro lado, renunciou após fazer declarações comprometedoras sobre o Executivo municipal e a alocação de recursos para o tratamento do câncer. Essa polêmica, no entanto, foi apenas um dos fatores para sua saída.

Há meses, o vereador enfrentava críticas de colegas por falhas na articulação da base e na condução de matérias do Executivo na Câmara, como destacado por esta coluna.

Segundo relatos de vereadores, a liderança foi sustentada por um período por Didi Mangueira, que na verdade era o vice-líder. As insatisfações, conforme apurou esta Coluna, eram de conhecimento do prefeito, que demorou a tomar providências.

Este cenário ressalta o desafio de Iraguassú: não apenas defender os projetos do Executivo, mas também restaurar a credibilidade da liderança e unificar a base de apoio a Sarto, crucial para as eleições.

Embora o prefeito tenha a maioria na Câmara, o rompimento entre PT e PDT agitou os bastidores, gerando uma oposição mais combativa, inclusive com a adesão de dois vereadores do PDT: Júlio Brizzi e Enfermeira Ana Paula.

Some-se a isso o fato de que na Câmara Municipal, as alianças políticas são mais complexas do que em outras casas legislativas, e a filiação partidária nem sempre é um indicador claro da postura dos parlamentares.