Sobre vacina, Camilo demonstrou uma segurança que o ministro não tem transmitido

Ao participar de uma reunião com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o governador Camilo Santana (PT) deixou os cearenses – e por que não dizer os brasileiros – animados em relação à vacinação contra a Covid-19.

Segundo Camilo, o Ceará vai seguir o plano Nacional proposto pelo Governo Federal, que irá ser apresentado nos próximos dias e terá uma proposta de regionalização. Em 2021, ainda segundo o governador, o Brasil terá cerca de 300 milhões de doses da vacina – 15 milhões de doses até o dia 15 de janeiro – e que o ministro garantiu que a aplicação será da primeira vacina que seja aprovada em território nacional, independentemente de qual laboratório.

São alvissareiras as informações dadas pelo governador cearense. A torcida de todos é que todo o cronograma dito informalmente seja cumprido e possa haver segurança em relação à vacinação no Brasil. 

Momento de incertezas

Além da mensagem, chamou atenção o tom ameno que Camilo usou após a reunião que teve nesta segunda-feira (14). Na semana passada, é bom lembrar, houve um encontro cercado de tensão entre governadores e o ministro. O episódio jogou mais desconforto e incerteza em todos os que têm a consciência da importância da vacina para os brasileiros. Ela é urgente e não há outro caminho que não seja a união de todos os agente envolvidos.

A segurança que Camilo demonstrou na entrevista, infelizmente, até agora, não é a mesma que tem sido expressada diretamente por Pazuello e pelo Ministério. Há mais dúvidas, na percepção deste colunista, do que certezas nas declarações dos agentes federais. A ponto de estados terem ido ao STF para tentar garantir a vacina, mesmo sem ter havido pedido de registro até o momento.

Vidas em jogo
O confronto político em torno da vacina, cujas motivações já tratamos nesta coluna, não interessa a nenhum brasileiro, a não ser os políticos envolvidos nesta querela decepcionante. O que se precisa tratar é de como ela chegará a todos os brasileiros, especialmente aqueles do grupo de risco e os mais necessitados.

Não é hora para guerrinha de egos e nem para negacionismo ideológico. Estão em jogo milhares de vidas brasileiras. E isso é o mais importante. E é por isso que a declaração do governador Camilo se reverte de mais importância neste momento.

Em nome da igualdade
Em sessão histórica, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou duas medidas que buscam a igualdade na classe profissional. Uma delas é a paridade de gênero. A partir das eleições de 2021, as chapas que disputam o comando das seccionais e subseções terão que ser formadas por 50% de cada gênero, homens e mulheres.

Outra medida aprovada neste sentido é uma proposta apresentada pelo advogado cearense e conselheiro federal André Costa, que prevê a reserva de 30% de vagas para negros nas chapas. “É a primeira vez que teremos na Ordem uma política afirmativa a favor da diversidade e da democracia racial”, diz ele.