Sem a entrada de Cid, Roberto Cláudio e Izolda devem disputar voto no diretório e na convenção

O racha interno no PDT, inédito para um partido comandado pelos irmãos Ferreira Gomes, confirma o rompimento com o PT e pode ter mais desdobramentos

Legenda: O racha no partido passou de iminente para consumado nesta semana
Foto: Thiago Gadelha

Salvo a hipótese de uma articulação comandada por Cid Gomes, a essa altura considerada improvável até para os governistas mais otimistas, está rompida a aliança entre PDT e PT que se mantém em nível estadual desde 2006 com a eleição de Cid ao Governo do Estado.

A guerra de bastidores, relatada há meses nesta coluna, chegou ao nível máximo e veio a público com trocas de insultos, acusações e embates diretos entre as lideranças.

Entretanto, a constatação de rompimento não põe fim, pelo menos por enquanto, ao confronto que envolve abertamente duas trincheiras: Ciro Gomes e Roberto Cláudio, de um lado, e Izolda Cela e Camilo Santana, do outro. Os aliados vão se encaixando em cada uma delas.

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Cid Gomes, afastado, está de fora do embate. Pode ainda entrar, mas a ausência dele até este momento leva a uma constatação: a governadora e o ex-prefeito irão disputar votos no diretório estadual do PDT no próximo dia 18 de julho.

E, depois, poderão bater chapa na convenção partidária ainda a ser resolvida, um processo que, certamente, elevará em muito o embate interno e enfraquecerá a legenda, diante do clima que se vê neste fim de semana nas redes sociais.

Busca por apoio no diretório

O diretório estadual do PDT é composto por 84 membros e reúne filiados históricos do partido, como o ex-senador Flávio Torres, como também os novos aliados que chegaram com o grupo comandado pelos irmãos Ferreira Gomes, caso do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão. E, nos bastidores, já começou a caça aos votos dentro do diretório da Legenda.

Fontes desta coluna, que conhecem a fundo os bastidores do PDT, dizem que, ao preço de hoje, Roberto Cláudio deverá ter maioria. Como o jogo não acabou, porém, recomenda-se cautela na análise.

Estas mesmas fontes, que participam diretamente do processo de definição, dizem estar incrédulas com o desfecho que a sucessão estadual tomou no grupo governista. E, como já dissemos nesta coluna, atribuem o racha à ausência de coordenação do processo.