Passado o conturbado período eleitoral de 2022, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, candidato derrotado do PDT ao Governo do Estado, vai começando a traçar os planos de sua atuação política. Ele esteve no olho do furacão do racha entre o seu partido e o PT que respingou em praticamente todas as lideranças do grupo governista local.
O pedetista garante que segue na vida pública, mas é cuidadoso ao falar dos próximos passos como liderança política que se consolidou após 8 anos à frente da Prefeitura da Capital. Ao deixar o cargo, ele entregou a chave do Paço Municipal a José Sarto, seu aliado, depois de ter sido protagonista da campanha.
E esse foi, sem dúvida, um dos principais temas da primeira conversa que Roberto teve com este colunista após a Eleição, na quinta-feira, dia 5 de janeiro. O ex-prefeito rechaça qualquer possibilidade de ser candidato a prefeito em 2024, exalta o correligionário e aposta na reeleição dele.
“Sarto comanda a Prefeitura com estabilidade administrativa. Precisa fazer ajustes? Sim. E fez, ao mudar secretários neste momento. Não tenho dúvidas que chegará bem em 2024”, declara.
Do ponto de vista partidário, diz não considerar a possibilidade de se desfiliar do PDT, admite as divergências internas latentes, mas aposta: “o tempo vai depurar o processo interno. Só vai ficar quem tiver identidade com o partido”.
Defesa de oposição
Adversário de Elmano de Freitas no último pleito, Roberto Cláudio revelou detalhes da conversa que teve com o novo governador. “Eu disse que não havia nenhuma questão pessoal contra ele, mas que, por razões óbvias (a derrota nas urnas), eu defendia que o PDT fizesse uma oposição responsável ao seu governo”.
O embate interno no partido foi outro assunto da análise do ex-prefeito. “Eu respeito muito a opinião dos que pensam diferente, mas acredito que não será bom para o partido uma adesão direta, pensando no fortalecimento da legenda. É natural que haja divergências, mas o tempo mostrará quem é de fato do partido e vai deputar o processo”, diz em tom de previsão.
Embate na pré-campanha
Roberto Cláudio admitiu que, ao passar a Eleição, foi tomado por um sentimento de decepção e chateação com tudo que aconteceu desde os embates internos até a eleição de Elmano nas urnas. “Tenho que admitir que fiquei chateado, mas esse momento passou. Temos que olhar para frente. Não se faz política com ressentimento”.
Após os embates, Roberto Cláudio admite que recebeu apelos familiares para deixar a vida pública, mas negou a possibilidade no ato. “Quero seguir na vida pública, é nisso que eu me encontro”, reforçou.
Ao dizer que não deve ser candidato na próxima eleição municipal, Roberto sinaliza estar de olho em 2026, mas despista. “Não é possível dizer agora o que vai acontecer. É preciso avaliar os cenários, saber como as coisas vão acontecer e se preparar”.
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