O procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, que comanda o Ministério Público Estadual, emitiu uma nota pública, na manhã desta sexta-feira (29), acusando o deputado federal Capitão Wagner (PROS) de divulgar informações falsas nas redes sociais "ofendendo seus membros e atacando a Instituição". O parlamentar nega que tenha repassado as informações inverídicas.
A nota é composta por 18 tópicos em que o Ministério Público detalha a sua atuação no episódio da compra de respiradores por preços acima do valor de mercado, pela Prefeitura de Fortaleza, de uma empresa de São Paulo, fato que gerou uma operação da Polícia Federal.
O deputado, em vídeos publicados em suas redes sociais no início deste mês, havia denunciado a compra pelo Município e encaminhado os fatos ao Ministério Público.
No comunicado, o procurador detalha que a instituição tomou todas as providências e abriu investigação. Teria, inclusive, dado conhecimento ao parlamentar das providências adotadas. Capitão Wagner, entretanto, nega que tenha tomado conhecimento sobre a atuação do órgão neste sentido.
A Instituição, por meio da nota, diz que o parlamentar, mesmo sabendo de todas as providências adotadas no caso, voltou às redes sociais e divulgou "informações falsas" e críticas a membros do órgão e à própria instituição que, entre as diligências para apurar os fatos, adotou providências contra o delegado da Polícia Civil Henrique Silva que, assim como Wagner, estava denunciando o caso.
O MP investiga, por meio da 23ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, a compra feita pela Prefeitura, mas também averigua se o delegado havia feito uso "indevido de meios, símbolos e insígnias do Governo do Estado". O servidor fez aparições nas redes sociais usando distintivo da Polícia Civil.
Reações
A reação do procurador Manuel Pinheiro, dando um tom institucional ao caso, agitou os bastidores da Política na manhã desta sexta-feira (29).
As críticas do deputado Capitão Wagner foram direcionadas à Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), citando inclusive a procuradora Vanja Fontenele, que comanda o órgão.
Procurada por esta coluna, a procuradora preferiu não se manifestar, reforçando a nota institucional.
Já o deputado Capitão Wagner declarou que não tomou conhecimento das providências do Ministério Público para investigar o caso de "superfaturamento". "Tenho muito respeito pelo Ministério Público, mas não vou aceitar ser chamado de mentiroso", reforçou.